Folha de S. Paulo


Alckmin convida tucanos para debater programa de governo

Divulgação
Alckmin em jantar com prefeitos na casa de Orlando Morando
Governador Geraldo Alckmin em encontro com prefeitos em São Bernardo do Campo (SP)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), convidou prefeitos do ABC Paulista para integrar núcleos de discussão de seu programa de governo para a disputa presidencial.

Em jantar na segunda-feira (28), ele dedicou atenção a temas macroeconômicos especialmente programas de concessão e criação de emprego. A participação dos prefeitos ficou sob encargo de Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), de Santos.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que se movimenta como presidenciável, não foi convidado.

Segundo a Folha apurou, questionado pelos prefeitos sobre Doria, Alckmin disse que "não é um problema".

Segundo relatos, ele disse que seria legítimo Doria pleitear o posto, mas apresentou em seguida ressalvas a uma escolha desse calibre.

Argumentou que renunciar no início de primeiro mandato traz um prejuízo político grande.

A seu modo, comedido, o governador paulista se mostrou entusiasmado com a eleição e confiante na candidatura. Ao menos quatro prefeitos até então reticentes saíram de lá decididos a apoiá-lo. Segundo um deles, que não quis ser identificado, seriam os prefeitos de Rio Grande da Serra, São Caetano, Santo André e Mauá.

Um tucano presente afirmou que era importante testemunhar pessoalmente a disposição de Alckmin, cuja postura se tornou mais incisiva nos últimos 15 dias. O tucano admitiu publicamente o desejo de disputar o Palácio do Planalto em 2018.

O convite do anfitrião, Orlando Morando (PSDB), prefeito de São Bernardo do Campo (SP), foi feito meses atrás, e havia incômodo entre chefes de Executivos municipais com sua indisponibilidade.

'ANIMADÍSSIMO'

Uma vez presente, Alckmin se mostrou "animadíssimo", segundo Morando. Ele repetiu o discurso de que 2018 será a eleição da experiência e da conciliação, marcada mais por figuras e causas do que por partidos –destes, ele disse contar com o apoio do DEM e do PSB, de seu vice, Márcio França. As duas legendas, contudo, não declararam o mesmo publicamente.

Afirmou que a grande dificuldade será reverter a rejeição da população à política, mas demonstrou algum otimismo ao relatar que espera uma leve melhora na arrecadação no fim deste ano.

Não foram apenas os prefeitos do ABC que estiveram recentemente com o Alckmin candidato. Sua agenda tem incluído conversas com políticos e economistas.

Ainda na segunda, o tucano almoçou com cinco deputados "cabeças pretas" do PSDB. Depois esteve com o governador Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, e voltou a defender prévias para a escolha do presidenciável tucano.

Cotado para assumir a presidência do PSDB, Perillo recebeu apoio de Doria. O governador goiano, contudo, tem dito a aliados que não pretende disputar –assumiria se fosse um nome de consenso. Perillo não quis comentar.

Nesta terça-feira (29), Alckmin encontrou-se a vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), e com o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, hoje diretor financeiro do Banco Mundial.


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