Na pose para a foto no ato em apoio ao juiz Marcelo Bretas e contra o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), manifestantes "mortadelas" e "coxinhas" julgavam estar, enfim, juntos, do lado certo. Mas quem apareceu errada foi a vírgula.
A imagem "oficial" da manifestação gerou comentários na internet porque a pequena frase em apoio ao juiz da Lava Jato do Rio estava com um grave erro gramatical: o sujeito separado do verbo por uma vírgula.
"O Rio, está com você", dizia a frase endereçada a Bretas, com todos os acentos corretos, mas pontuação errada.
A faixa foi levada por um simpatizante do movimento "Vem pra Rua", cujos líderes na cidade também estavam presentes. A coordenadora do grupo no Rio, Adriana Balthazar, afirma que o responsável por ela costuma frequentar atos do movimento, mas não sabe seu nome.
"Qual é o problema da vírgula? O importante é o apoio ao Marcelo Bretas. Queremos que essa pessoa leve a faixa na manifestação de domingo [quando está marcado outro ato]", disse Balthazar.
A faixa acabou empunhada pelo cantor e compositor Caetano Veloso e outros artistas. O grupo havia levado outros dizeres: "Bretas, tamo junto" –com a vírgula no lugar certo.
"Vimos eles tirando a foto com a faixa deles e achamos que deveriam tirar com aquela também. Na hora ninguém percebeu vírgula nenhuma. Nem eles", disse Balthazar.
Não se sabe se era a intenção, mas a vírgula poderia ter sido colocada logo após o sobrenome do juiz que antecedia a frase com o erro. Ele desempenhava a função de vocativo, que deve ser separado pela pontuação na oração.
"Alguém até brincou no grupo: 'Põe vírgula em tudo'. Fala que é uma licença poética! [risos]", disse a coordenadora do Vem pra Rua no Rio.