Folha de S. Paulo


Assinantes da Folha se dividem sobre saída de Temer

Ian Cheibub/Folhapress
Presidente Michel Temer faz pronunciamento após reunião com autoridades sobre a atuação das Forças Armadas na segurança do Rio de Janeiro
Michel Temer faz pronunciamento após reunião com autoridades sobre a atuação das Forças Armadas

Às vésperas da votação da denúncia contra Michel Temer na Câmara dos Deputados, assinantes da Folha se dividem sobre a possibilidade de o presidente se manter no cargo. Para 53%, é melhor para o país que ele saia, aponta pesquisa Datafolha realizada entre os dias 25 e 27 de julho.

Já para 43% dos entrevistados, é melhor que o presidente chegue até o final do seu mandato, previsto para 1º de janeiro de 2019. Não souberam responder 4%.

Foram ouvidas, por telefone, 409 pessoas que leem a Folha ao menos uma vez por semana, assinantes ou secundárias (que leem o jornal do assinante). A margem de erro é de cinco pontos percentuais, para mais ou para menos.

Em comparação com a opinião da população brasileira, há entre os assinantes um percentual maior entre os que preferem a manutenção do mandato de Temer. Na última pesquisa Datafolha feita com a população, entre 21 e 23 de junho, 65% dos entrevistados achavam melhor que o mandato do presidente fosse abreviado e 30% rejeitavam a possibilidade.

Na ocasião, foram ouvidas 2.771 pessoas de 194 cidades, com margem de erro de dois pontos percentuais.

O que é melhor para o país: que Michel Temer saia agora ou que ele termine o mandato? - Resposta estimulada e única em %

Ambas as pesquisas foram feitas após a delação da JBS, revelada em maio, que provocou a denúncia contra o presidente e agravou a crise política na gestão Temer.

O instituto introduzia o tema aos entrevistados antes de questioná-los. Afirmava que "algumas pessoas dizem que a saída de Michel Temer da Presidência neste momento iria agravar a crise política do país e prejudicaria a recuperação da economia brasileira", enquanto outras "discordam e dizem que a saída de Michel Temer neste momento iria ajudar a resolver a crise política do país e não prejudicaria a recuperação da economia brasileira".
Em seguida, perguntava qual dessas seria a melhor opção para o Brasil.

AVALIAÇÃO DO GOVERNO

Os assinantes se aproximam do posicionamento da população brasileira ao avaliar o governo Temer. De junho até o fim de julho, a opinião negativa sobre a gestão do presidente cresceu.

O Datafolha aponta que 63% dos assinantes consideram a gestão Temer ruim ou péssima e apenas 11% avaliam como boa ou ótima. Para 24%, é regular. Em pesquisa entre os leitores realizada em 1º e 2 de junho, consideravam o governo ruim ou péssimo 45% e bom ou ótimo 18%.

Já para a população, os dados do último levantamento apontam avaliação de ruim ou péssimo que chega a 69%, boa ou ótima para apenas 7% e regular para 23%.

Avaliação da gestão Michel Temer - Resposta estimulada e única em %

A maioria dos assinantes acha que deve ser aberto um processo de impeachment contra Temer no Congresso e que ele deveria renunciar. Mas não acredita que acontecerá.

Os favoráveis ao processo de impeachment são 65%. O mesmo percentual acha que o presidente deveria renunciar –mas apenas 1% acredita que ele, de fato, renunciará.

Os entrevistados que não creem que Temer renunciaria alcançam 96%.

Os assinantes também são descrentes em relação à possibilidade de o presidente ser afastado por até 180 dias, caso a Câmara vote a favor da continuidade da denúncia por corrupção apresentada pela Procuradoria-Geral da República e, depois, o Supremo Tribunal Federal a acolha.

Para 73%, ele não será afastado, enquanto 21% acreditam no afastamento. A votação está prevista para acontecer na Câmara na quarta (2).

Caso Temer saia do cargo, o que seria melhor para o país? - Resposta estimulada e única em %

A pesquisa ainda aponta que, entre os assinantes da Folha, a maioria é a favor de eleições diretas para a Presidência, caso Temer saia do cargo. O levantamento mostra 57% favoráveis a uma mudança na Constituição pelo Congresso para permitir eleições antecipadas. Atualmente, as diretas só acontecem caso o presidente e vice saiam do cargo nos dois primeiros anos do mandato.

Entre os assinantes, outros 39% preferem que o Congresso eleja o novo presidente.

COBERTURA

A cobertura da Folha em relação ao governo Temer é avaliada como ótima ou boa por 70% dos assinantes e "crítica na medida certa" por 68%.

Consideram a cobertura regular 24%, mesma porcentagem que acha menos crítica que o necessário. Para 6% é ruim ou péssima e mais crítica que o necessário.


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