Folha de S. Paulo


Temer recebe Maia no Jaburu para discutir crise política

Igo Estrela - 5.jun.2017/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 05-06-2017, 11h00: Cerimônia em Comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente no Palacio do Planalto em Brasilia. Presidente Michel Temer e presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia. (Foto: Igo Estrela/Folhapress, PODER)
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente da República, Michel Temer, em evento em junho

O presidente Michel Temer se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no fim da manhã deste domingo (9) para discutir o agravamento da crise política e a votação da denúncia apresentada contra o peemedebista.

Temer chamou Maia ao Palácio do Jaburu por volta das 11h. Os dois conversaram por pouco mais de uma hora na residência oficial do presidente.

O governo quer acelerar a votação da denúncia contra Temer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e no plenário da Câmara, mas o cronograma estabelecido até agora deixa aberta a possibilidade de que o processo só seja concluído em agosto –após o período de recesso parlamentar que começa em 18 de julho.

Auxiliares de Temer tentam articular a suspensão desse recesso, com o adiamento da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Oficialmente, os parlamentares só saem de folga se esse projeto for votado até o dia 17.

Nesse cenário, seria preciso entrar em acordo com as bancadas para evitar também o chamado "recesso branco", em que as atividades no Congresso são mantidas, mas não há sessões de votação convocadas.

REFORMA TRABALHISTA

Temer também recebeu neste domingo (9) o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que recomendou cautela ao governo para a votação da reforma trabalhista, na terça-feira (11).

Segundo levantamento da Folha, há promessa de votos suficientes para aprovar o texto, mas a margem pró-governo é apertada.

Dos 81 senadores, 42 declararam apoio ao texto. O governo precisa de ao menos 41 para ganhar a votação no plenário. São contra a proposta pelo menos 23 senadores, de acordo com a enquete e 16 não se manifestaram.

CRISE

Primeiro na linha sucessória do Palácio do Planalto, Maia poderá assumir interinamente o cargo por até seis meses caso a Câmara e o STF (Supremo Tribunal Federal) aprovem o recebimento da denúncia que acusa Temer de corrupção passiva. O afastamento só se dá após análise da Justiça, mas antes é necessário aval da Câmara por ao menos 342 votos.

Maia tem dado declarações públicas em que enfatiza sua lealdade a Temer. Ele não tem feito movimentos para minar a sustentação dada ao presidente no Congresso, mas já recebeu em sua casa dezenas de deputados que participam dessas articulações.

Na Alemanha, na sexta-feira (7), Temer disse que confia no presidente da Câmara. "Acredito plenamente. Ele só me dá provas de lealdade", afirmou.


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