Folha de S. Paulo


PF cumpre mandados de prisão contra cúpula do transporte coletivo no Rio

José Lucena - 03.jul.2017/Futura Press/Folhapress
RIO DE JANEIRO,RJ,03.07.2017:OPERAÇÃO-PONTO-FINAL - Movimentação na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta segunda-feira (3), durante a Operação Ponto Final, mais uma etapa da operação Lava Jato. Desta vez, o foco da ação é a cúpula do transporte rodoviário do estado. De acordo com as investigações da Operação Ponto Final, foram rastreados R$ 260 milhões em propina pagos pelos investigados a políticos do estado. (Foto: jose lucena/Futura Press/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
Movimentação na sede da Polícia Federal, no Rio, durante a Operação Ponto Final

Uma nova fase da operação Lava Jato, no Rio, cumpre na manhã desta segunda-feira (3) mandados de prisão contra empresários do setor de transporte coletivo no Estado.

Batizada de Ponto Final, esta etapa da investigação inclui oito mandados de prisão preventiva e três de prisão temporária.

As investigações apuram o pagamento, de 2010 a 2016, de R$ 260 milhões em propina a políticos e funcionários de departamentos públicos de fiscalização ligados ao setor de transportes. Dados apontam que o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) obteve no período R$ 122 milhões no esquema. Outros R$ 43 milhões foram destinados, de acordo com a apuração, para o ex-presidente do Detro (Departamento Estadual de Transporte Rodoviário) Rogério Onofre, preso nesta segunda.

Já programada, esta etapa da operação teve de ser adiantada depois da prisão, na noite de domingo (2), do empresário Jacob Barata Filho, um dos maiores empresários de ônibus do Estado do Rio Janeiro, filho do empresário e banqueiro Jacob Barata, conhecido como "Rei dos Ônibus".

Barata Filho foi detido no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, quando tentava embarcar para Portugal. Foi apreendido com ele um ofício encaminhado pelo Banco Central à Justiça Federal sobre a quebra de sigilo de investigados na Operação Lava Jato.

A suspeita é que o documento tenha sido repassado a Barata por membros do banco Guanabara, parte do grupo comandado pelo empresário.

A polícia acredita que ele tinha informações sobre esta fase da Lava Jato e que, por isso, tinha intenção de fugir do país.

Também foram presos preventivamente Lélis Marcos Teixeira, presidente da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), Marcelo Traça Gonçalves (vice-presidente da Fetranspor), João Augusto Morais Monteiro (empresário do setor), Cláudio Sá Garcia de Freitas, David Augusto Sampaio e Carlos Roberto Alves e Enéas Bueno.

O empresário José Carlos Lavoura está em viagem para Portugal, com desembarque previsto para o dia 8. A Polícia Federal ainda procura Márcio Miranda, da empresa Prossegur.

Em 29 de março, quando da operação Quinto do Ouro, Teixeira chegou a ser levado para depor, na mesma ocasião em que o presidente da Assembleia do Rio, o peemedebista Jorge Pìcciani, foi conduzido coercitivamente.

A Quinto de Ouro teve como base a delação premiada do ex-presidente do TCE (Tribunal de Contas) do Rio Jonas Lopes. De acordo com ele, a Fetranspor pagou uma mesada a conselheiros para ter "boa vontade" na análise de seus casos na corte.

José Carlos Lavoura é um dos sócios da Companhia Flores, em cuja sede Luiz Carlos Bezerra, responsável por recolher propina para Sérgio Cabral, afirmou ter ido buscar dinheiro.

A operação também teve como base a delação premiada do doleiro Álvaro Novis. Ele afirmou que o recolhimento da propina era feito principalmente pela transportadora de valores Trans-Expert, já mencionada nas investigações sobre Cabral.

Colaborou o UOL


Endereço da página:

Links no texto: