Folha de S. Paulo


Com crise política, Temer encurta agenda de viagens internacionais

Pedro Ladeira - 20.mai.2017/Folhapress
O presidente Michel Temer, em pronunciamento em Brasília
O presidente Michel Temer, em pronunciamento em Brasília

Com a análise de denúncia contra ele e a votação da reforma trabalhista, o presidente Michel Temer decidiu encurtar agenda de viagens internacionais prevista para o mês de julho.

O peemedebista não comparecerá mais a almoço com a premiê alemã Angela Merkel, em Berlim, e não se encontrará mais com o presidente colombiano Juan Manuel Santos, em Bogotá.

Ele manteve apenas a presença no encontro do G-20, que será realizado nos dias 07 e 08 de julho em Hamburgo.

Ainda assim, ele avalia participar apenas da reunião principal e da foto com os chefes de governos.

Ele não desmarcou também viagem, no final de julho, a Mendoza, na Argentina, quando o Brasil assumirá a presidência do Mercosul.

A avaliação é de que, diante do momento crucial para a sua sobrevivência no cargo, o peemedebista deve permanecer no país para garantir vitórias na Câmara e no Senado.

Na semana passada, quando o presidente estava em viagem à Rússia e à Noruega, o Palácio do Planalto sofreu derrota na CAS (Comissão de Assuntos Sociais), que recusou relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) da reforma trabalhista.

A expectativa é votar nas semana que vem as mudanças nas regras trabalhistas e barrar a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente até o final de julho, com a possibilidade inclusive de encurtar o recesso parlamentar.

Para se livrar da denúncia, o presidente precisa que 172 deputados federais não compareçam ou votem contra a aceitação do processo.

Para isso, ele apostará na tese de que está sendo perseguido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em busca do espírito de corpo dos parlamentares, muitos deles investigados.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, decidiu que vai enviar a denúncia contra Temer diretamente para a Câmara.

O ministro entendeu, como queria o Planalto, que a defesa política do presidente tem que ser feita no parlamento e a jurídica, no STF, caso o Judiciário tenha autorização para analisar o caso.


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