Folha de S. Paulo


Candidatos à PGR defendem respeito à lista tríplice para a vaga de Janot

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 22-03-2017, 16h00: Sessão solene de posse do novo ministro do STF Alexandre de Moraes. A ministra Carmen Lucia preside a sessão, que tem a presença do presidente Michel Temer, dos presidentes da câmara e do senado, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), do Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot e de várias outras autoridades. Janot rebateu duramente hoje críticas feitas por Gilmar Mendes à supostos vazamentos de informações por parte da PGR. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot

Candidatos à vaga de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República defenderam nesta segunda (19) que o governo respeite a lista tríplice que será definida após votação promovida pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

A lista será definida a partir de votação, na semana que vem, entre os cerca de 1.300 procuradores, que escolherão três dos oito candidatos: Carlos Frederico Santos, Etiel Santiago, Ela Wiecko, Franklin Rodrigues da Costa, Mario Luiz Bonsaglia, Nicolao Dino, Raquel Dodge e Sandra Cureau.

O presidente Michel Temer vem dando pistas de que pode não seguir a escolha dos procuradores.

Em debate entre os candidatos realizado no Rio, a primeira manifestação sobre o tema veio de Wiecko que, ainda na fala de abertura, convocou os procuradores a "legitimar a lista como procedimento costumeiro para a escolha" do novo procurador-geral.

"Tenho confiança de que a lista vai ser respeitada, porque ela indica para o presidente os candidatos com liderança na Casa", afirmou Bonsaglia, após o debate, ressaltando que os procuradores têm independência funcional e que alguém sem liderança teria dificuldades na gestão.

"O presidente Temer já se manifestou antes sobre seguir a lista", comentou Costa, para quem seria "muito difícil" escolher um nome diferente. "[O presidente] Pode se isolar."

Apontada como preferida do governo, Dodge disse que defende a lista "fortemente", mas evitou maiores comentários, afirmando que está focada em apresentar sua proposta aos procuradores.

LIDERANÇA

O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, que mediou o debate, disse que vê poucas possibilidades de que a lista seja desrespeitada.

"Para ter o mínimo de unidade no MP [Ministério Público], é preciso ter liderança. E ninguém que não esteja nesta lista terá este tipo de liderança", afirmou.

Durante o debate, houve algumas menções à Lava Jato, mas boa parte do discurso dos candidatos teve foco nos eleitores, tratando de temas administrativos e de valorização da carreira de procurador.


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