Folha de S. Paulo


'A solução é prender Aécio', diz o procurador Deltan Dallagnol

Pedro Ladeira - 4.abr.2017/Folhapress
Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do PSDB, fala na tribuna do Senado
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), investigado na Lava Jato

O procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol afirmou nesta segunda (12), ao repercutir reportagem da Folha que revelou que o Senado ainda não afastou Aécio Neves (PSDB-MG) conforme determinou a Justiça, que "a solução é prender Aécio".

Segundo ele, o afastamento do tucano visa a "proteger a sociedade" -e, sem ele, a prisão do senador seria a única maneira de atingir o objetivo.

"O afastamento objetiva proteger a sociedade. Desobedecido, a solução é prender Aécio, conforme pediu o PGR [Procurador-Geral da República, Rodrigo] Janot", escreveu Dallagnol, em uma rede social.

Dallagnol defende prisão de Aécio

A Procuradoria-Geral da República pediu a prisão do tucano, o que foi negado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A corte, porém, determinou o afastamento do senador, medida que não foi cumprida pela Mesa do Senado. A assessoria de Aécio afirma que ele "está afastado das suas funções legislativas conforme determinação do ministro Edson Fachin".

O procurador Dallagnol vem se queixando de que "o governo PMDB-PSDB declarou guerra aberta à Lava Jato", segundo escreveu em redes sociais.

Ele já criticou a redução do número de delegados dedicados à operação em Curitiba, de nove para quatro, e disse que "o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] se apequenou" ao julgar a cassação da chapa Dilma-Temer, na semana passada, "fazendo de conta que a Lava Jato não existe".

OUTRO LADO

Em nota, o advogado Alberto Zacharias Toron afirma que "o senador Aécio Neves tem cumprido integralmente as medidas cautelares determinadas liminarmente pelo ministro Fachin, tendo se afastado do Senado e de quaisquer atividades parlamentares".

"A Defesa recorreu da decisão ao Supremo Tribunal Federal demonstrando não haver previsão constitucional e tampouco regimental sobre afastamento de mandato, razão pela qual requereu a suspensão dessa cautelar."

"O senador aguarda manifestação do STF e, até lá, mantem-se afastado do Congresso e de todas as suas atividades parlamentares em respeito ao Supremo."


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