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Plenário do STF vai decidir sobre suspensão de inquérito contra Temer

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASÍLIA, DF, 20.05.2017: O presidente Michel Temer durante pronunciamento no Palácio do Planalto a respeito das denúncias da delação da JBS. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente Temer durante pronunciamento a respeito das denúncias e áudios da delação da JBS

O ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a perícia no áudio apresentado pelo dono da JBS Joesley Batista. Contudo, o relator da Lava Jato decidiu levar para o Plenário do STF a decisão sobre a suspensão do inquérito contra o presidente Michel Temer.

O pedido foi feito pela defesa do presidente neste sábado (20). A sessão ocorrerá na próxima quarta-feira (24).

O advogado de Temer, Antônio Mariz, pede que o inquérito aberto por Fachin na semana passada seja suspenso até a conclusão da perícia. Em pronunciamento feito à nação neste sábado, o presidente se referiu ao áudio como "fraudulento".

Perícia contratada pela Folha aponta para edição de 50 pontos do áudio apresentado por Joesley no qual o dono da JBS conversa com Temer por quase 40 minutos.

JANOT

Ainda neste sábado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que o STF dê sequência ao inquérito que investiga Temer por obstrução de justiça, corrupção passiva e organização criminosa. De acordo com o PGR, há uma contradição no pedido do advogado do presidente "visto que o inquérito existe justamente para a apuração dos fatos e para a produção de evidências, dentre elas perícias técnicas".

Janot diz ainda que a gravação passou por avaliação técnica na Procuradoria. De acordo com uma "análise preliminar", o material é "audível, inteligível e apresenta uma sequência lógica e coerente, com características iniciais de confiabilidade".

A Procuradoria alega também que a gravação feita por Temer é "harmônica e consentânea com o relato da colaboração de pelo menos quatro colaboradores". Janot, no entanto, diz não ser contrário à realização de uma perícia, como pedido por Temer, desde que não haja interrupção das apurações.


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