As investigações que atingem em cheio o governo federal são recheadas por fotos que mostram o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), um dos aliados mais próximos a Michel Temer, recebendo uma mala em que teria R$ 500 mil de propina.
Segundo a delação de Joesley Batista, um dos sócios do frigorífico JBS, ele pediu ao presidente Temer uma ajuda para resolver uma pendência de seu grupo no Cade, órgão de controle da liberdade de concorrência.
O empresário disse à Procuradoria que Temer lhe sugeriu procurar Rocha Loures.
O deputado foi assessor especial da Presidência até março, quando voltou à Câmara no lugar do ministro da Justiça, Osmar Serraglio.
Segundo a delação, Loures atendeu à solicitação de Joesley e, em troca, recebeu a promessa de receber R$ 500 mil semanais por 20 anos.
A entrega do que seria a primeira parcela foi monitorada pelos investigadores, em abril deste ano. As fotos mostram Loures se encontrando com Ricardo Saud, diretor da JBS e um dos sete delatores, em São Paulo. O deputado aparece nas imagens pegando uma mala em que estariam R$ 500 mil.
OUTRO LADO
Segundo José Luis Oliveira Lima, advogado do deputado Rodrigo Rocha Loures, apesar de a divulgação parcial de trechos da investigação, a defesa do parlamentar não teve "acesso aos procedimentos que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal)."
"Tão logo se conheça o teor da investigação, todos os esclarecimentos devidos serão apresentados pelo deputado", disse o advogado, que também acrescentou que Rocha Loures está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos devidos.