O presidente Michel Temer tem dado explicações a amigos e conselheiros próximos sobre as razões que o teriam levado a incentivar o empresário Joesley Batista, da JBS, a ajudar Eduardo Cunha e o doleiro Lucio Funaro, que estão presos.
Segundo os relatos, Temer saberia que a família de Cunha passa por grandes dificuldades financeiras, já que ele está com todos os bens bloqueados.
Por isso, ao ouvir de Joesley que o empresário estava pagando uma mesada ao parlamentar, o presidente apoiou a iniciativa.
"Foi tudo num contexto humanitário. O presidente diz que jamais pensou que isso poderia beneficiá-lo com o silêncio do Cunha", diz um amigo que conversou com o presidente.
No áudio da gravação feita por Joesley e entregue ao Ministério Público Federal, o empresário diz que havia "zerado as pendências" com Cunha, no que sugere a compra do silêncio do ex-deputado, segundo a Procuradoria-Geral da República.
Em delação premiada, Joesley afirmou ter pago para Cunha R$ 5 milhões após a prisão dele, em outubro do ano passado, em um "saldo de propina" remanescente que possuía.
Após ouvir do empresário que ele estava "de bem com o Eduardo, o presidente respondeu: "É. Tem que manter isso, viu?"
