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Para evitar crise institucional, Janot comunica Senado sobre operação

Pedro Ladeira/Folhapress
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o presidente do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o presidente do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, telefonou para o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), na manhã desta quinta-feira (18) para comunicá-lo sobre a operação que seria realizada no Congresso pela Polícia Federal.

Janot conversou com Eunício pouco antes das 6h da manhã, minutos antes da chegada de agentes da Polícia Federal ao Senado.

O procurador-geral avisou que seria necessário cumprir mandados de busca e apreensão em gabinetes do Senado. Os dois acertaram que homens da Polícia Legislativa acompanhariam os policiais federais.

A comunicação entre Janot e Eunício é um movimento para evitar um embate institucional entre a Procuradoria-Geral da República e o Legislativo. Em outubro, uma operação da Polícia Federal nas dependências do Senado autorizada pela Justiça do Distrito Federal abriu uma crise entre Poderes.

A PF chegou ao Congresso no início da manhã e fez buscas dentro dos gabinetes dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PMDB-MG), com autorização do Supremo Tribunal Federal.

Aécio e Perrella foram citados em delação premiada fechada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS. A informação foi dada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal "O Globo", e confirmada pela Folha.

Aécio foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley para pagar sua defesa na Lava Jato. A quantia foi entregue posteriormente a um primo do tucano, em ação filmada pela PF.

As imagens revelariam que esse primo de Aécio repassou o dinheiro para um assessor parlamentar de Zezé Perrella.

Operação Patmos - Alvos de mandado de prisão nesta quinta-feira (18/05)


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