Folha de S. Paulo


Defesa de Lula e procuradores pedem que novas testemunhas sejam ouvidas

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Parte de trás, da esquerda para a direita: René Ariel Dotti, advogado da Petrobras (a empresa é assistente de acusação), Roberto Teixeira e Valeska Teixeira Martins (advogados de Lula)À frente: Cristiano Zanin Martins (advogado de Lula), Luiz Inácio Lula da SilvaÀ direita, de cima para baixo: Carlos Fernando Lima (procurador), Júlio Noronha (procurador), Roberto Pozzobon (procurador), Sergio Moro e servidora (não identificada)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em depoimento ao juiz Sergio Moro

Um dia depois do interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro, a defesa do petista e o Ministério Público Federal pediram que novas testemunhas sejam ouvidas no processo.

Os advogados de Lula solicitaram, em petição, que Moro ouça funcionários e ex-funcionários da Petrobras relacionados a contratos ligados ao caso, além de pessoas que trabalharam na empreiteira OAS.

Já a Procuradoria pediu para ouvir um funcionário da OAS Empreendimentos, um ex-funcionário da mesma empreiteira e um ex-funcionário da Odebrecht.

Lula é acusado de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS, entre elas um tríplex em Guarujá (SP), em troca de contratos com a Petrobras. O ex-presidente nega ter cometido irregularidades.

Outras pessoas também são listadas pelas defesa de Lula para serem testemunhas, como executivos de fundos de investimentos ligados à recuperação judicial da OAS e pessoas que fizeram auditoria da empresa. Segundo eles, o tríplex pertence à empreiteira, e não a Lula, e foi dado como garantia.

Os advogados ainda pedem acesso a documentos, como auditorias feitas na OAS e o plano de recuperação judicial da empreiteira. Outro pedido é ter acesso a documentos da Petrobras, que é assistente da acusação no processo.

No processo, a Petrobras já disse que uma das demandas da defesa de Lula, a de ter acesso todas as atas da diretoria executiva da estatal, é de "duvidosa relevância". "Não se pode conceber, por exemplo, que os segredos de negócio como a estratégia de exploração do pré-sal sejam devassados e expostos para que empresas concorrentes possam deles se utilizar", afirmou a empresa.

Lula foi o último réu da ação a ser ouvido, e depôs por cerca de cinco horas nesta quarta (10) no prédio da Justiça Federal da capital paranaense.

O juiz Sergio Moro ainda não se manifestou sobre os pedidos.


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