Folha de S. Paulo


Sob Michel Temer, retomada da economia é lenta

Situação econômica do país apresenta sinais de melhora no governo do peemedebista, que completa um ano no cargo nesta sexta-feira (12), mas dificuldades ainda persistem em diversas frentes.

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Atividade econômica, de forma geral, dá sinais de melhora mas há setores que ainda patinam

A economia brasileira, que entrou em recessão no segundo trimestre de 2014, está se estabilizando. O IBC-Br, índice calculado pelo Banco Central, que aponta a direção da atividade, aponta uma leve retomada. Mas, por enquanto, a recuperação é puxada pelo setor agrícola –que teve safra recorde de grãos– e ainda não está disseminada. A indústria, apesar de esboçar uma melhora, ainda tem resultados negativos

Índice de atividade do Banco Central - Variação em relação ao mês imediatamente anterior, descontados efeitos sazonais, em %

Produção industrial - Variação em relação ao mês imediatamente anterior, descontados efeitos sazonais, em %

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Com forte queda da inflação, renda de trabalhador ocupado começa a subir lentamente, mas desemprego é recorde e segue em alta

A queda da inflação é resultado da recessão, que deprimiu o consumo, e da adoção de uma postura mais ortodoxa pelo Banco Central, que levou a uma redução das expectativas de aumentos de preços. Isso já se reflete em leve aumento da renda real dos trabalhadores ocupados. Mas o desemprego é recorde e ainda sobe, limitando o consumo, que foi importante motor de crescimento do país antes da crise

Índice de preços ao consumidor amplo - Acumulado em 12 meses, em %

Taxa de desemprego - Taxa média trimestral, em %

Rendimento médio real do trabalho principal, efetivamente recebido - Variação da média trimestral em relação a mesmo período do ano anterior, descontada a inflação, em %

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Juros básicos caem mas recuo da taxa de empréstimos ao consumidor é lento, o que limita queda da inadimplência

O recuo da inflação abriu espaço para que o Banco Central começasse a cortar os elevados juros básicos. Isso tem contribuído para o aumento da confiança de consumidores e empresários e pode ajudar a induzir uma recuperação do investimento. Mas a redução dos juros básicos ainda não se traduziu em queda do alto custo do crédito bancário que, com o desemprego recorde, limita a diminuição da inadimplência

Taxa Selic - Em %

Juros anuais médios do crédito a pessoas físicas - Em %

Inadimplência - Percentual de empréstimos com atraso superior a 90 dias, em %

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Otimismo aumenta mas isso ainda não se traduz em recuperação do consumo

A confiança de consumidores e empresários em relação à possibilidade de crescimento começou a melhorar, embora permaneça em um nível histórico baixo. Essa recuperação ainda não se traduziu em aumento significativo do consumo e do investimento. O bom resultado das vendas do varejo em janeiro reflete uma revisão de metodologia no cálculo da série e ainda não pode ser interpretado como mudança de trajetória

Confiança da indústria em relação à economia - Índice (acima de 100 = otimismo, abaixo de 100 = pessimismo), descontados efeitos sazonais

Confiança do consumidor em relação à economia (índice) - Índice (acima de 100 = otimismo, abaixo de 100 = pessimismo), descontados efeitos sazonais

Vendas do comércio - Variação em relação ao mês imediatamente anterior, descontados efeitos sazonais

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Contas do governo param de piorar mas trajetória do endividamento público ainda é ascendente

O rombo nas contas públicas parou de aumentar em outubro. Desde então, a trajetória é de leve melhora. Contendo despesas, o governo pretende reduzir o deficit a R$ 139 bi ao fim do ano e, progressivamente, fazer com que as contas voltem ao azul em 2020, abrindo espaço para que a divida pública pare de subir. A opção por aumentar de impostos, por ora, foi evitada.A reforma da Previdência é decisiva para o plano do governo

Contas do governo - Resultado fiscal do governo federal, acumulado em 12 meses (em R$ bi)

Dívida pública - Dívida bruta do governo geral (em % do PIB)


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