Folha de S. Paulo


Após ser solto, Dirceu come pinhão e tira fotos com amigos

Depois de deixar a Justiça Federal do Paraná usando uma tornozeleira eletrônica na quarta-feira (3), o ex-ministro José Dirceu foi para a casa do advogado Daniel Godoy, em Curitiba.

Em fotos obtidas pela Folha, o petista está acompanhado, entre outros, pelos advogados Roberto Podval, responsável pela defesa do ex-ministro, Camillo Filho e Marcelo Muzeka. Os dois últimos faziam visitas semanais a Dirceu na prisão na condição de amigos.

Dirceu aguardou cerca de duas horas para deixar a capital paranaense rumo a São Paulo devido ao horário de trânsito intenso. Enquanto isso, o grupo comeu pinhão e tirou fotos comemorando a soltura.

Uma das preocupações era que Dirceu fosse reconhecido na estrada, já que o carro não tinha vidros escuros. Por isso, decidiram sair à noite rumo a São Paulo, onde o ex-ministro passou a primeira noite.

Podval foi quem dirigiu a maior parte do tempo, chegando a São Paulo por volta das 2h.

Pela manhã, Dirceu tomou café com alguns amigos e seguiu de carro para Brasília, onde ficará na casa da mulher, Simone Tristão.

Arquivo Pessoal
Da esq. à dir, a advogada Viviane, que atuou no caso com Podval, o ex-deputado Angelo Vanhoni, Andrea e Daniel Godoy, donos da casa, Luiz Carlos da Rocha, Marcelo Muzeca, Ivete Caribé e Camillo Filho
Da esq. à dir, a advogada Viviane, que atuou com Podval, o ex-deputado Angelo Vanhoni, Andrea e Daniel Godoy, donos da casa, Luiz Carlos da Rocha, Marcelo Muzeka, Ivete Caribé e Camillo Filho

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AS PRISÕES DE DIRCEU

Ex-ministro de Lula está preso pela terceira vez, desde o regime militar

1ª PRISÃO

12.out.1968
José Dirceu, então líder estudantil, é preso pelo regime militar em congresso clandestino da UNE na zona rural de Ibiúna (SP)

6.set.1969
Dirceu é deportado para o México com outras 14 pessoas em troca da liberdade do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Elbrick, sequestrado por militantes da organização de esquerda MR-8

Divulgação
Dirceu (o segundo em pé, da esq. à dir.) e outros guerrilheiros em 1969
Dirceu (o segundo em pé, da esq. à dir.) e outros guerrilheiros em 1969

2ª PRISÃO

15.nov.2013
Condenado a 7 anos e 11 meses por corrupção ativa no esquema do mensalão, Dirceu é preso e levado para o Complexo Penal de Papuda, em Brasília

2.jul.2014
O ex-ministro vai para o Centro de Progressão Penal, onde passa as noites, e trabalha em um escritório de advocacia durante o dia

4.nov.2014
José Dirceu é transferido para prisão domiciliar. Sua pena é extinta em outubro de 2016 —quando ele já estava preso novamente

Eduardo Knapp - 15.nov.2013/Folhapress
Dirceu saúda militantes ao chegar à sede da Polícia Federal
Dirceu saúda militantes ao chegar à sede da Polícia Federal

3ª PRISÃO

2.ago.2015
José Dirceu é preso em Brasília, durante a 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco, e levado ao Complexo Médico Penal, em Pinhais, no Paraná. Em maio de 2016, é condenado a 23 anos pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa no esquema da Petrobras

Mar.2017
É condenado novamente em primeira instância, a 11 anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele nega e recorre das decisões

Mai.2017
Por 3 votos a 2, STF concede habeas corpus ao ex-ministro, poucas horas depois de o Ministério Público Federal no Paraná apresentar nova denúncia contra o petista


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