Folha de S. Paulo


Para evitar novo revés, Fachin repassa ação de Palocci ao plenário do STF

Danilo Verpa - 26.set.2016/Folhapress
SAO PAULO - SP - 26.09.2016 - Veiculo chega a sede da PF em Sao Paulo. O ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antonio Palocci (PT) foi preso temporariamente na manhã desta segunda-feira (26) na 35ª fase da Operação Lava Jato, em São Paulo. A nova fase da operação, intitulada Omertà, investiga indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro e a empreiteira Odebrecht... (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, PODER) ORG XMIT: LAVA JATO
Antonio Palocci, durante sua prisão, em setembro de 2016

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), negou nesta quarta (3) habeas corpus ao petista Antonio Palocci e repassou a decisão ao plenário do tribunal.

Com isso, ele busca evitar a Segunda Turma do STF, na qual o relator tem sido voto vencido sobre soltar ou não presos preventivos da Lava Jato. O regimento do Supremo permite que ele tome essa decisão.

Não há previsão ainda sobre a data do julgamento do caso pelo plenário. Ao tirar o recurso do colegiado, Fachin joga a decisão para os 11 ministros, numa aposta de entendimento da maioria que seja contrário à soltura.

Na última semana, a Segunda Turma acatou pedidos de liberdade provisória de três presos da Lava Jato: do petista José Dirceu, do pecuarista José Carlos Bumlai e do ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu.

O outro colegiado é formado pelos ministros Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. O plenário conta ainda com o voto da presidente da corte, Cármen Lúcia.

O pedido de liberdade de Dirceu foi deferido por três ministros da Segunda Turma: Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Lewandowski. O decano Celso de Mello ficou ao lado de Fachin, contra o HC.

Em abril, Fachin já havia negado outro pedido de habeas corpus a Palocci, preso pela Lava Jato em Curitiba.

A nova petição foi feita na semana passada, depois das decisões sobre Bumlai e Genu.

O advogado José Roberto Batochio, que defende o Palocci, disse à Folha que o Supremo precisa dar prioridade à situação de seu cliente, que é réu preso.

Batochio sempre negou que seu cliente estivesse interessado em fazer delação premiada.

A Folha apurou que o petista chegou a se reunir com investigadores da Lava Jato para tratar do assunto.

Mas, apesar de ter abordado escritórios de advocacia especializados em colaboração, ele não chegou a constituir novos defensores.


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