Folha de S. Paulo


Ombudsman da Folha tem mandato renovado por mais um ano

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, SP, Brasil, 20-04-2016 17h44: Retrato da jornalista Paula Cesarino, a nova ombudsman da Folha de S.Paulo, na redacao do jornal (foto Eduardo Knapp/Folhapress. PODER). Cod do Fotografo: 0716
A ombudmsan da Folha, Paula Cesarino Costa

A jornalista Paula Cesarino Costa, 52, teve seu mandato de ombudsman da Folha renovado por um ano. O segundo período se estenderá até abril de 2018.

Trata-se de uma decisão da direção do jornal em comum acordo com a jornalista. O mandato é anual e pode ser renovado três vezes.

Ex-secretária de Redação na área de edição e ex-diretora da sucursal do Rio, Paula completa 30 anos na Folha neste ano. Ela é a 12ª ombudsman do jornal desde que o cargo foi criado, em 1989.

Entre as incumbências da função, estão a produção de uma coluna semanal, publicada aos domingos em "Poder", e uma crítica interna de segunda a sexta-feira, que é distribuída aos jornalistas.

Também lhe cabe encaminhar à Redação queixas e comentários de leitores e de personagens do noticiário.

Nos últimos 12 meses, a ombudsman realizou 3.791 atendimentos. "Os leitores são mais do que colaboradores, eles dão um norte para o meu trabalho", afirma.

Paula aponta aspectos positivos da atuação do jornal ao longo do seu primeiro mandato como ombudsman.

"A Folha cresce na cobertura das grandes crises políticas", avalia. "Apesar de cobrar diariamente que permanecesse fiel à sua tradição pluralista, equilibrada e investigativa, acho que o jornal conseguiu oferecer boa qualidade noticiosa e analítica."

Por outro lado, ela não poupa a Folha de críticas. "O jornal precisa investir mais tempo, recursos e pessoal em investigação independente e na melhora da análise de dados, inclusive das pesquisas do Datafolha."

Para Paula, "é necessário investimento para melhorar a qualidade do texto do jornal em todas as plataformas. Ainda mais levando em conta os objetivos do novo Projeto Editorial da Folha".

Lançado em março, o documento propõe que o jornal "abra um leque menos extensivo de assuntos, mas que, em contrapartida, cada um deles seja abordado de modo mais inteiriço e interpretativo".

De acordo com a ombudsman, os dias logo após a publicação da coluna "Um jato de água fria" —em que criticava o que chamou de "coletiva em off" com procuradores para obter informação sob sigilo– foram os mais difíceis deste primeiro período.

"Na intrincada narrativa da Lava Jato, a dependência dos repórteres de fontes e investigações oficiais tem sido grande demais", escreveu Paula em 19 de março.

"Sofri críticas públicas, injustas e descabidas, de autoridades que deveriam zelar pela transparência e pela defesa do interesse público. Meus comentários visavam apenas alertar para riscos de manipulações contrárias ao interesse do leitor e me vi em meio a um embate político", afirma a ombudsman sobre a repercussão daquele texto.

DAQUI PARA A FRENTE

Para os próximos 12 meses, diz Paula, uma das metas é "fazer uma avaliação integrada da cobertura do jornal em todas as plataformas, ampliando o radar para além daqueles que se manifestam diretamente à ombudsman".

O objetivo é "buscar de forma sistematizada os comentários dos leitores no site do jornal e nas redes sociais para usá-los como elementos complementares e embasadores do meu trabalho".

Sobre as perspectivas da Folha, a ombudsman afirma que "a abertura de linhas investigativas próprias, a capacidade de articulação das narrativas da crise política e a busca de oxigenação da agenda social são desafios constantes e que se acentuam em momentos de transformação da estrutura jornalística e do sistema político".


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