Folha de S. Paulo


Covas aconselhou Odebrecht a se aproximar de Lula, segundo executivo

Marlene Bergamo/Folhapress
SIND METALURGICOS DO ABC - ENCONTRO EM DEFESA DO EMPREGO COM MARTA SUPLICY, ANTONY GAROTINHO, MARIO COVAS, LUIZ MARINHO, LULA, JOSE CARLOS PINHEIRO NETO (PRES. DA ANFAVEA) EM 1998 foto marlene bergamo
Garotinho, José Carlos Pinheiro, Covas e Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em 1998

Em 1993, o grupo Odebrecht começou a dialogar com líderes sindicais para criar uma empresa petroquímica —em 2002, nasceria a Braskem, seu braço no setor.

Foi naquele ano que Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais e na empreiteira desde os anos 1970, conheceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tradicional liderança sindical do ABC paulista.

"Trabalhávamos para mostrar ao PT que o projeto [petroquímico] era extremamente competitivo para o Brasil", afirmou Alencar em seu acordo de delação premiada na Operação Lava Jato.

De onde veio a disposição de apostar em uma aproximação com a esquerda, que só chegaria ao poder uma década depois? De Emilio Odebrecht, presidente do grupo, aconselhado pelo tucano Mário Covas, ex-governador de São Paulo.

Segundo Alencar, Covas falou com Odebrecht sobre Lula: "Tem uma liderança no Brasil que é bom vocês entrarem em contato".

O depoimento do executivo integra o inquérito que apura o pagamento de doaçãoes oficiais e em caixa dois à campanha de Yeda Crusius (PSDB), ex-governadora do Rio Grande do Sul e codinome Balzac nas planilhas de repasses da empreiteira. É uma das delações dos colaboradores da Odebrecht que foram divulgadas na quarta (12).

Sua campanha, segundo as acusações, recebeu R$ 1,75 milhão entre doações oficiais e repasses nas campanhas de 2006 e 2010

A contrapartida, segundo Alencar, era facilidades em crédito tributário no Estado. A Braskem, segundo o delator, é a segunda maior empresa do Rio Grande de Sul em recolhimento de ICMS.

A Folha explica a lista de Fachin


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