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FHC diz que não tem 'nada a esconder' e defende Lava Jato

Suamy Beydoun/Agif/Folhapress
FHC afirmou desconhecer o pagamento de vantagens indevidas não contabilizadas citado por Odebrecht
FHC afirmou desconhecer o pagamento de vantagens indevidas não contabilizadas citado por Odebrecht

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que "não tem nada a esconder" e defendeu o avanço da Operação Lava Jato, após ter sido citado citado por Emílio Odebrecht como suposto beneficiário de "vantagens indevidas".

"Isso nunca chegou a meu conhecimento. Mas também não posso responder nada porque não conheço texto, o que realmente foi declarado, e se houve referência específica pelo senhor Emílio", afirmou o ex-presidente, em vídeo publicado em rede social nesta quarta-feira (12).

FHC disse que as referências são "inespecíficas" e "vagas" e defendeu que as apurações sejam levadas a cabo.

"É importante ir até o fundo das questões. O Brasil hoje precisa de transparência, e a Lava Jato está colaborando para que se coloquem as cartas na mesa. Vamos colocá-las. Eu não tenho nada a esconder, nada a temer", afirmou.

FHC

Ele ainda corrigiu o despacho em que é citado.

O sócio majoritário da Odebrecht, Emílio Odebrecht, relatou em seu acordo de delação premiada o "pagamento de vantagens indevidas, não contabilizadas, no âmbito da campanha eleitoral de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República, nos anos de 1993 e 1997".

FHC observou que as campanhas ocorreram em 1994 e 1998.

O que é o caixa 2?

INVESTIGAÇÃO

O ministro Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo Michel Temer (PMDB), 24 senadores e 39 deputados federais. Serão abertas 76 investigações pedidas pela Procuradoria-Geral da República após as delações da Odebrecht.

Operação Lava Jato

Entre os citados estão os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). Dois dos principais aliados de Temer, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secreraria-Geral), também estão na lista, que abrange ainda os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros, do PMDB, e Aécio Neves (PSDB).

No total a relação tem 98 nomes e inclui três governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União. Algumas suspeitas da Procuradoria são corrupção, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude e cartel. Fachin remeteu 201 outros casos a tribunais de instâncias inferiores envolvendo citados sem foro no Supremo –entre os mencionados estão os ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso.

Os inquéritos iniciam longo trâmite. Investigarão o teor das delações, que precisarão de provas adicionais para tornar-se efetivas. Ainda há as fases de denúncia e do processo, com ampla defesa, antes do julgamento.

Chamada - A lista de Fachin

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