Folha de S. Paulo


Eleição indireta para substituir Temer geraria 'mais confusão', diz FHC

Uma eleição indireta para presidente, realizada pelo Congresso, geraria "mais confusão", disse nesta segunda-feira (3) o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), em entrevista à rádio CBN.

FHC falou na véspera do início do julgamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da chapa Dilma-Temer, que pode cassar o presidente Michel Temer.

Suamy Beydoun/Agif/Folhapress
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em debate sobre a política de drogas no Brasil e no mundo, no Teatro FAAP, em São Paulo
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

Para o tucano, "o Brasil está há muito tempo de pernas pro ar, mas começa a assentar um pouco". Portanto, "levar muito tempo em um julgamento que põe em risco a situação vigente tem consequências negativas".

FHC lembrou que o presidente escolhido indiretamente teria um ano no cargo, temporada que coincidiria com o ano eleitoral.

A ação que pode resultar na cassação de Temer foi proposta pelo PSDB e por partidos coligados ao então candidato tucano Aécio Neves em 2014.

Na semana passada, contudo, o PSDB isentou Temer de responsabilidades cometidas ao longo da campanha. O partido tem quatro ministérios no governo do peemedebista.

Uma eleição indireta está prevista na Constituição e poderia ser usada caso a chapa Dilma-Temer seja cassada.

FHC afirmou que cabe à Justiça decidir sobre a separação da chapa, como pede a defesa do presidente. Sobre o resultado do julgamento –a cassação ou a absolvição–, o tucano disse não saber "se é pior a emenda ou o soneto. Temos que pensar que temos 13 milhões de desempregados".


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