Folha de S. Paulo


Com pouco público, manifestação em Curitiba teve 'pauta difusa'

Em Curitiba, o protesto contra a corrupção reuniu cerca de 4.000 pessoas neste domingo (26), segundo a Polícia Militar.

Nos carros de som, manifestantes pediam o fim do foro privilegiado, protestavam contra o voto em lista fechada e criticavam o Congresso por tentativas de "abafar" a Operação Lava Jato —uma das principais pautas na cidade—, mas os gritos que mais mobilizavam o público ainda eram "Lula na cadeia" e "Viva Sergio Moro".

"A pauta hoje é muito difusa; boa parte da população ainda está meio perdida", diz Gislaine Masollero, 43, psicanalista e coordenadora do Vem pra Rua em Curitiba.

Para ela, temas como o fim do foro privilegiado, anistia ao caixa dois ou fundo partidário ainda não fazem parte do cotidiano das pessoas.
"É um recomeço, a coisa está engatinhando; nós temos que instruir a população."

"Antes, nós tínhamos uma pauta bomba, que era o impeachment", comenta Eder Borges, coordenador do MBL (Movimento Brasil Livre) no Paraná. "Agora, é uma continuidade do nosso trabalho."

Há um ano, em março de 2016, os protestos reuniram público bem maior quando a bandeira em comum era defender o fim do governo de Dilma Rousseff (PT): 200 mil pessoas, segundo estimativa da polícia.

O ato em Curitiba foi organizado pelo Vem pra Rua, MBL, Curitiba contra a Corrupção e Mude. Os organizadores consideraram positiva a adesão ao protesto, em especial considerando o tímido apoio financeiro aos protestos. Nenhum político participou do ato na capital paranaense.


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