Folha de S. Paulo


Reeleição de Maia consolida poder de Temer no Congresso

Alan Marques/Folhapress
Brasilia,DF,Brasil 02.02.2017 O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e eleito a presidencia do Senado e comemora com o filho e a mulher. Foto: Alan Marques/Folhapress ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comemora sua reeleição nesta quinta (2)

A reeleição em primeiro turno de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados ajuda a consolidar a base aliada do governo, enfraquece o chamado "centrão" e abre caminho para a aprovação das reformas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB).

Um dos principais aliados de Temer no Congresso, Maia, 46, foi reeleito nesta quinta-feira (2) para o cargo que o coloca como primeiro na linha sucessória da Presidência da República nos próximos dois anos. O deputado teve 293 votos, contra 206 de seus adversários somados.

Aliados avaliam que a manifestação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello indeferindo ações que tentavam inviabilizar juridicamente a candidatura de Maia garantiram alguns votos a mais ao deputado, o que fez a disputa ser resolvida no primeiro turno.

O resultado é um baque no chamado "centrão", grupo de legendas médias que se formou em torno do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que, nesta quinta, não conseguiu dar mais do que 105 votos ao principal adversário de Maia, Jovair Arantes (PTB-GO). O grupo, que é governista, tende a se diluir.

Votação para presidente da Câmara -

O Palácio do Planalto aposta que, em questão de dias, irá aparar essas arestas e pacificar sua base. "Tivemos uma disputa na base, o que é mais ou menos compreensível quando temos uma base de 88% do Congresso, mas não houve, de nenhuma forma, um rompimento com o governo", minimizou o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil). Já aliados de Jovair prometem troco em votações.

A oposição lançou dois candidatos, André Figueiredo (PDT-CE), que teve 59 votos, e Luiza Erundina (PSOL-SP), com 10. Segunda maior bancada da Casa com 58 cadeiras, o PT apoiou Figueiredo. A votação foi secreta.

Maia tem contra si a acusação de um executivo da Odebrecht de que –sob o apelido "Botafogo"–, foi beneficiário de R$ 600 mil. Ele nega qualquer irregularidade.

Nos pouco mais de seis meses de seu mandato-tampão –ele assumiu o cargo em julho após a renúncia de Cunha–, Maia se notabilizou pela grande afinidade com o Planalto, sendo classificado por adversários e aliados mais como líder do governo do que presidente da Câmara.

Ele integrou a linha de frente da defesa e aprovação da principal proposta legislativa de Temer em 2016, a emenda à Constituição que congela os gastos federais pelos próximos 20 anos.

O deputado promete manter a harmonia com o governo e liderar as reformas de Temer. Na primeira entrevista após a eleição, confirmou os nomes dos relatores das reformas previdenciária e trabalhista e disse esperar vê-las aprovadas até o meio do ano.

"A Câmara precisa ser protagonista neste processo. Precisamos terminar 2018 com a certeza de que a Câmara comanda a reforma do Estado brasileiro. Este é meu objetivo e da maioria da Casa."

Filho do ex-prefeito do Rio Cesar Maia, Rodrigo Maia nasceu no Chile quando o pai estava exilado e está no quinto mandato consecutivo de deputado federal.

O novo comando do Congresso


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