Folha de S. Paulo


Delegado da Lava Jato questiona acidente e pede investigação

Um dos principais investigadores da Operação Lava Jato, o delegado federal Marcio Adriano Anselmo pediu a investigação "a fundo" da morte do ministro Teori Zavascki, "na véspera da homologação da colaboração premiada da Odebrecht".

"Esse 'acidente' deve ser investigado a fundo", escreveu em sua página no Facebook, destacando a palavra "acidente" entre aspas.

Anselmo afirmou que a morte de Teori é "o prenúncio do fim de uma era" e disse que ele "lavou a alma do STF à frente da Lava Jato".

"Surpreendeu a todos pelo extremo zelo com que suportou todo esse período conturbado", afirmou.

À Folha, Anselmo disse que o post foi um "desabafo pessoal". "Ele fez história", afirmou.

A Polícia Federal informou, por meio de nota, que abriu inquérito para apurar as causas do acidente aéreo que matou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, e outras três pessoas.

Uma equipe de policiais especializados nesse tipo de investigação está a caminho de Paraty, segundo a PF.

Paralelamente às investigações da PF e do MPF, o Ministério Público do Rio de Janeiro também determinou a instauração de inquérito policial para apurar as causas da queda do avião. A Promotoria diz que acompanha o caso com a Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ, dando apoio à apuração, e que vai aguardar a perícia do Cenipa para avaliar os próximos passos da investigação.

Teori Zavascki, 68, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, morreu na tarde desta quinta-feira (19) em um acidente de avião na costa de Paraty (RJ).

O Corpo de Bombeiros do Rio confirmou que ao menos três pessoas morreram na queda. De acordo com os bombeiros, o avião permanece submerso e três pessoas estão presas nas ferragens. Não há informações até o momento sobre demais ocupantes. A capacidade da aeronave é de sete pessoas, incluindo tripulantes.

Juiz da corte desde 2012, ele era responsável pelos casos da Lava Jato que envolvem pessoas com foro privilegiado, como congressistas e ministros.


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