Folha de S. Paulo


Mulher que estava no avião de Teori resistiu à queda, mas morreu afogada

Vídeo mostra sobrevoo em local de acidente

Uma mulher que estava no avião com o ministro do STF Teori Zavascki, que caiu em Paraty (RJ), sobreviveu ao desastre, mas morreu afogada.

Os mergulhadores caíram no mar em busca de sobreviventes cerca de 40 minutos depois do acidente. A mulher –cuja identidade não foi revelada– estava viva e bateu no vidro. Os bombeiros não conseguiram socorrê-la a tempo.

Os corpos da mulher e de outras quatro pessoas permanecem na água, devido à dificuldade de retirá-los dos destroços. Além de Teori, morreram no desastre o empresário Carlos Alberto Filgueiras, 69, dono do hotel Emiliano, e o piloto Osmar Rodrigues, 56. A identidade da quinta pessoa a bordo não foi confirmada.

Um dos mergulhadores contou à Folha ter quebrado o vidro do avião para tentar salvar a mulher –que aparentava, segundo ele, aproximadamente 20 anos. Chegou a colocar uma mangueira de oxigênio na boca dela, sem resultado.

Juiz da corte desde 2012, Teori era responsável pelos casos da Lava Jato que envolvem pessoas com foro privilegiado, como congressistas e ministros. Ele trabalhava na fase final da análise da homologação da delação da Odebrecht, o maior acordo de colaboração da operação.

A reportagem da Folha foi de barco à área. Os destroços estão a 400 metros ao norte da ilha Rasa, terceira ilha de Paraty em relação ao continente.

É um local de intensa movimentação turística. A rota das escunas que levam visitantes para passeios a ilhas e praias da região fica a poucos metros dos destroços –que estão a cerca de 1,5 km do centro histórico de Paraty.

Segundo bombeiros, a profundidade do mar na área onde caiu o avião é de cerca de 4 a 5 metros, com a maré alta –aproximadamente 3 metros com a maré baixa.

A região de Paraty foi atingida por uma forte tempestade na noite de quarta (18). A chuva parou um pouco pela manhã e recomeçou com força por volta das 13h30 desta quinta –voltando a diminuir do meio para o final da tarde.

Segundo o pescador Wallace da Guarda Castro, 23, o acidente aconteceu no início da tarde. Um barco de pesca que passava perto da ilha Rasa viu a aeronave com o bico para fora e acionou a Marinha. Ainda conforme as testemunhas, dois barcos pesqueiros içaram o que restou do avião, que ficou para fora da água. Mas a Aeronáutica em seguida orientou que os destroços fossem devolvidos à água, para não atrapalhar na perícia.

No fim da tarde de quinta, havia oito barcos envolvidos na operação no local, da Marinha, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil.

Depois de resgatados, os corpos devem ser levados para o IML de Angra dos Reis.

O ACIDENTE

A aeronave, prefixo PR-SOM, havia saído do Campo de Marte, em São Paulo, às 13h01. Segundo a Infraero e Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ela pertence à Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleiras, dona do hotel Emiliano.

A Capitania dos Portos teria sido acionada às 13h45 desta quinta. Logo, militares da Marinha, Bombeiros e até barcos pesqueiros iniciaram o trabalho de buscas pela aeronave.

Onde foi o acidente


Endereço da página:

Links no texto: