Folha de S. Paulo


Em crítica ao PT, Temer diz que pobres sofreram com 'arremedos de soluções'

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 16-12-2016, 12h00: O presidente Michel Temer e a primeira dama Marcela Temer participam da festa de natal do Palácio do Planalto. Eles distribuíram presentes para crianças de uma escola pública da periferia de Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Michel Temer e a primeira-dama, Marcela, em festa de Natal do Palácio do Planalto nesta sexta (16)

Em críticas indiretas ao governo de Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer defendeu nesta sexta-feira (16) não haver mais "espaço para feitiçaria" na área econômica e disse que a população mais pobre foi a que mais sofreu com "arremedos de soluções" adotados no passado.

Em discurso durante almoço de final de ano das Forças Armadas, o peemedebista pregou a necessidade de fazer reformas estruturais e disse que, se elas não forem realizadas, o país estará preso em um "atoleiro da irresponsabilidade fiscal".

"Não há mais espaço para feitiçarias: imprimir dinheiro, maquiar contas e controlar preços. Se não o fizermos agora, a máquina pública quebra. Se não fizermos as reformar inadiáveis, estaremos presos no atoleiro da irresponsabilidade fiscal", disse.

Segundo o peemedebista, a realidade atual exige coragem para não "ceder a soluções fáceis e ilusórias", e é necessário repaginar o país.

"O caminho certo nem sempre é o mais popular em determinado momento. Nossa responsabilidade não é a de buscar aplausos imediatos ou aprovação a qualquer preço, mas desatar os nós que têm comprometido o crescimento econômico", disse.

O discurso do presidente é o oposto do feito por assessores e auxiliares nos bastidores. A queda na popularidade do peemedebista, apontada nesta sexta-feira (16) pelo Ibope, causou preocupação.

A avaliação é que a citação por 43 vezes do nome de Temer na delação premiada de um ex-executivo da Odebrecht teve impactos em sua imagem pública e pode atrapalhar votações de pautas governistas no Congresso Nacional.

No discurso, o presidente voltou a pregar a pacificação do país e disse que chegou a hora de "acabar com essa história de dividir brasileiros".

"Nós temos de ter coragem de dizer que o país não pode ficar divido. Ela [divisão] pode ocorrer durante o período das eleições, mas não depois dele", disse.


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