Folha de S. Paulo


Para ministro do PSB, não é hora para sigla deixar governo Temer

Agência Câmara
O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho
O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho

Com o debate interno no partido sobre a saída imediata do governo Michel Temer, o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, defendeu nesta terça-feira (13) que não é o momento para o PSB desembarcar da gestão federal.

Segundo ele, diante da atual crise econômica, é hora da legenda "prestar apoio" à gestão peemedebista que, de acordo com ele, o partido ajudou a instalar no país.

No sábado (10), o diretório estadual do PSB no Rio Grande do Sul aprovou moção pelo desembarque da legenda do governo federal por não concordar com os rumos da gestão peemedebista. O tema será levado para análise na reunião do diretório nacional da sigla, na quarta-feira (14).

O Palácio do Planalto quer conter este movimento do PSB para evitar que outras legendas aliadas possam fazer o mesmo tipo de ameaça com o objetivo de garantir benefícios federais.

"Eu sei das particularidades que o partido tem e temos de saber respeitar as diferenças locais. Elas só não podem querer fazer prevalecer sobre outras regiões", disse. "O Brasil vive um momento de dificuldade e não acredito que seja momento para esse tipo de colocação", acrescentou.

O ministro lembrou que houve diretórios estaduais do partido que não defenderam o impeachment de Dilma Rousseff e que, por isso, não é possível dizer que o movimento seja restrito apenas no Rio Grande do Sul.

"Há diretórios estaduais do PSB que não votaram pelo impeachment. Então, não posso dizer que há uma coisa localizada do Rio Grande do Sul", afirmou.

Segundo ele, apesar de fazer parte da base aliada, o partido tem as suas particularidades em relação à reforma previdenciária enviada ao Congresso Nacional pelo Palácio do Planalto.

Na segunda-feira (12), o partido decidiu obstruir votação da admissibilidade da proposta na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), reconheceu que a movimentação já tem repercussão em outros partidos da base aliada.

"A questão da Previdência Social é muito cara para nós e vamos fazer esse debate dentro do partido", afirmou.


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