Folha de S. Paulo


Apoio de Serra a Aécio na presidência do PSDB deixa Alckmin alerta

Aaron Cadena Ovalle - 7.out.2014/Efe
SAP01. SAO PAULO (BRASIL), 07/10/2014.- El candidato opositor a la Presidencia de Brasil Aecio Neves (c), acompañado por el gobernador reelecto de Sao Paulo, Geraldo Alckmin (i), y al senador José Serra (d), participa hoy, martes 7 de octubre de 2014, en un mitin en Sao Paulo con trabajadores de la construcción civil como parte de su campaña de cara a la segunda vuelta electoral del próximo 26 de octubre, en la cual enfrentará a la actual mandataria, Dilma Roussef. EFE/Aaron Cadena Ovalle ORG XMIT: SAP01
O chanceler José Serra, o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin em evento em 2014

A declaração do ministro José Serra (Relações Exteriores) a favor da recondução do senador Aécio Neves (MG) na presidência nacional do PSDB por mais um mandato deixou o entorno do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em alerta.

A interpretação é que a aliança entre os ex-adversários tem por objetivo enfraquecer o governador, após as vitórias que ele obteve nas eleições municipais, sobretudo a de João Doria, seu afilhado político, em São Paulo.

Aécio, Alckmin e Serra são possíveis candidatos do PSDB a presidente em 2018, e o controle do partido é essencial na definição do nome que será lançado ao Planalto.

Além disso, a recondução de Aécio levaria a um efeito cascata nos diretórios estaduais, motivando os dirigentes a apoiar a decisão.

Há, contudo, fatores em que Alckmin tem vantagem, ponderam auxiliares e tucanos de parte a parte, como a influência sobre a máquina estadual e municipal em SP.

"Lógico, é muito ruim. Todos os diretórios estão fechados com o Aécio, fora São Paulo. Mas, no lugar do Geraldo, eu não compraria briga. Ele hoje é o candidato natural", disse uma pessoa próxima do governador.

O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), ligado a Alckmin, disse que "Serra se precipitou" e que "é necessário respeitar todas as lideranças". Ele defendeu renovação. "Prorrogar mandato não é bom", criticou.

Outro interlocutor do governador viu no apoio de Serra a Aécio um acerto para que o mineiro endosse a candidatura do hoje deputado federal Jutahy Júnior, aliado do ministro, ao Senado em 2018 na cota do PSDB na Bahia.

CÂMARA

Seja pela motivação que for, aliados de Aécio comemoraram o gesto, que teve o efeito de "reanimar" o senador de Minas. "Foi um grande aceno, que mostra mais uma vez a dimensão de Serra", disse o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).

Pestana disputa a liderança do PSDB na Câmara dos Deputados com Ricardo Tripoli (SP), que tem o apoio de Alckmin, com Daniel Coelho (PE), da ala jovem da legenda, e Jutahy Júnior (BA), ligado a Serra.

A eleição, na semana que vem, servirá de termômetro para a disputa entre os caciques tucanos em Brasília.

O deputado Bruno Covas (PSDB-SP), vice-prefeito eleito de São Paulo, negou que Alckmin tenha interesse em emplacar alguém de confiança no comando da bancada do PSDB.

"O governador falou para todo mundo que, em liderança de bancada, ele não se intromete", disse.


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