Folha de S. Paulo


Em meio a crise com Geddel, Temer reconhece que governo não é 'infalível'

Alan Marques/Folhapress
Michel Temer discursa na cerimônia no Palácio do Planalto para lançamento do cartão Construcard
Michel Temer discursa na cerimônia no Palácio do Planalto para lançamento do cartão Construcard

Em meio a uma crise envolvendo um de seus principais braços direitos, o presidente Michel Temer reconheceu nesta quinta-feira (24) que o governo federal não é "infalível" e que ele deve ser aberto a críticas tanto dos partidos de oposição como dos veículos de imprensa.

Em discurso, durante cerimônia no Palácio do Planalto, ele avaliou que objeções são naturais na democracia, mas ponderou que, em sua opinião, a administração peemedebista não cometeu muitos erros nos mais de seis meses em que ele esteve à frente da Presidência da República.

"Muitas vezes, a fórmula e a proposta feita pela oposição ou pela imprensa ajuda o governo federal. O governo federal não é infalível, mas, na verdade, acho que até agora não erramos muito", disse.

Na tentativa de impor uma pauta positiva, que afaste o governo federal da turbulência em torno do ministro Geddel Vieira Lima, o presidente pregou que o país precisa de menos pessimismo e mais otimismo.

"Eu sinto um apoio muito grande às medidas que tomamos. O país não está paralisado e está fazendo o possível e impossível para sair da recessão", disse. "Em vez de pessimismo, otimismo. O Brasil precisa de otimismo", acrescentou.

Na saída da cerimônia, o presidente evitou responder se, mesmo com novas evidências contra o ministro, Geddel será mantido no cargo. Na quarta-feira (23), ele também se recusou a dar uma resposta ao ser questionado pela Folha.

Nesta quarta-feira (23), a Folha revelou que um primo e um sobrinho do ministro atuam como representantes de empreendimento imobiliário no qual Geddel tem um apartamento em Salvador.

Segundo o ex-ministro Marcelo Calero, Geddel o teria pressionado a produzir um parecer técnico para viabilizar o empreendimento imobiliário. O ministro reconheceu que tratou do assunto com Calero, mas negou que o tenha pressionado.

CARTÃO

O presidente participou de cerimônia no Palácio do Planalto para lançamento do cartão Construcard, que cria uma linha de crédito para a aquisição de materiais de construção para pessoa física.

Segundo o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, serão disponibilizados R$ 7 bilhões para a linha de crédito e o valor médio de financiamento por usuário será de R$ 14 mil, com prazo de dois a seis meses para a compra.

O prazo para o pagamento do financiamento é de até 240 meses e, de acordo com a Caixa, 400 mil clientes já foram pré-aprovados para a utilização do limite de crédito.

Editoria de Arte/Folhapress
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