Folha de S. Paulo


Embaixada nos EUA terá cartilha sobre transição no Brasil

Moacyr Lopes Junior - 27.ago.2014/Folhapress
O ex-ministro do Desenvolvimento Sergio Amaral recebeu a aprovação para ser embaixador nos EUA
O ex-ministro do Desenvolvimento Sergio Amaral, novo embaixador do Brasil nos EUA

A embaixada do Brasil em Washington vai lançar nas próximas semanas uma cartilha sobre a transição política e econômica do Brasil.

Segundo apurou a Folha, serão distribuídos 3.000 exemplares a políticos, empresários, think tanks, congressistas e jornalistas.

A ideia do livrinho é explicar a formadores de opinião americanos o que o Brasil está fazendo para sair da crise econômica e como se deu o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Um dos objetivos é deixar os investidores estrangeiros mais tranquilos e aumentar seu interesse no programa brasileiro de concessões de infraestrutura.

De forma condensada, a cartilha será uma apresentação do programa para recuperação da economia, listando áreas onde o governo oferecerá concessões e explicando que o Brasil está disposto a ajustar o marco regulatório quando as demandas dos investidores forem justificadas.

"Não se trata de propaganda de governo, é uma explicação baseada em fatos, como a sentença do [então presidente do STF] Ricardo Lewandowski, a aprovação das reformas, e outros", diz o embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral.

Haverá também versão digital da cartilha. O custo, segundo Amaral, não vai passar de US$ 5.000.

"É importante reforçarmos a comunicação no exterior, as pessoas estão interessadas sobre o que vai acontecer no Brasil", diz o embaixador.

Estarão listadas na cartilha tabelas com indicadores do país apresentadas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em suas palestras a investidores.

Foram tomadas ainda outras medidas para reforçar a credibilidade do Brasil.

Desde que chegou à capital americana, na primeira semana de setembro, o embaixador já fez sete palestras, encontrou-se duas vezes com grupos de investidores e teve cinco reuniões com congressistas americanos.

Fontes do governo e do Congresso americano disseram à Folha que o impeachment não é mais uma preocupação, embora alguns setores do mundo acadêmico mantenham suas críticas ao processo. Mas a economia e as investigações de corrupção despertam muita inquietação.

A aprovação do teto de gastos foi recebida de forma positiva, mas integrantes do setor privado e governo se mantêm em compasso de espera, querem que o governo brasileiro consiga aprovar outras reformas que ajudem a por a dívida do país em trajetória sustentável.

Segundo o governo americano, o importante é ter um país estável, com a economia em recuperação. Os últimos meses têm sido auspiciosos, na visão dos americanos.


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