Folha de S. Paulo


Para Temer, objetivo dos partidos de oposição é destruir o governo

Pedro Ladeira/Folhapress
Michel Temer durante solenidade de posse do novo ministro do Turismo Marx Beltrão
Michel Temer durante solenidade de posse do novo ministro do Turismo Marx Beltrão

Na tentativa de reduzir resistências à proposta de teto dos gastos públicos, o presidente Michel Temer criticou nesta quinta-feira (5) a postura dos partidos de oposição e pediu à base aliada que não se incomode com os discursos contrários à iniciativa federal.

Em cerimônia de posse do ministro Marx Beltrão (Turismo), o peemedebista apelou aos parlamentares governistas que estejam em Brasília na segunda-feira (10) para votar a medida e afirmou que a atuação das siglas de oposição no país é política e com o objetivo de destruir a administração federal.

"Eu peço que os senhores estejam na segunda-feira aqui. Claro que haverá oposição, mas não se incomodem. No Brasil, a tese da oposição não é uma tese jurídica, é uma tese política. A tese da oposição é a seguinte: se não estou junto com o governo, tenho de destruir o governo. Isso é uma coisa cultural e histórica", disse.

O peemedebista ressaltou que o período eleitoral é distinto ao período administrativo, quando "todos os brasileiros devem se unir em benefício do país". Ele afirmou que, em outras democracias, o papel dos partidos de oposição é necessário para fiscalizar e cobrar o governo federal.

"Não se incomodem com os gestos da oposição. A oposição no país tem uma concepção política. Não temos de nos incomodar com isso, temos de pregar novas ideias", disse.

Segundo o presidente, caso um teto de gastos públicos tivesse sido adotado há seis anos, o déficit do país estaria atualmente zerado. "Ao longo dos anos, vamos colocar o Brasil nos trilhos", disse.

Na noite de terça-feira (4), em jantar com líderes da base aliada, o peemedebista afirmou que a aprovação da medida é a chance para a classe política demonstrar seriedade com as contas públicas.

Com a pressão da Câmara dos Deputados, a administração federal anunciou na segunda-feira (3) que a correção do piso dos gastos com saúde e educação pela inflação será válido a partir de 2018, não a partir de 2017.

Mesmo com a mudança, ainda há insatisfação entre membros da base aliada, os quais ainda defendem que saúde e educação não sofram correção pela inflação.

"A partir de 2018, será quando o Brasil começará a crescer. Eu acredito que, quando voltar a crescer, educação e saúde têm de crescer como o país e não podem ficar paralisados", disse nesta terça-feira (4) o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força.

Na tentativa de viabilizar a proposta, além do jantar desta terça-feira (4), o presidente irá promover no domingo (9) um jantar com todos os deputados federais da base aliada na residência oficial da Presidência da República.


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