A Associação Nacional de Jornais (ANJ) entregou nesta quarta (28), em Brasília, ao jornal "Gazeta do Povo", de Curitiba, e a cinco profissionais da empresa o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa de 2016.
A equipe, que fez uma série de reportagens sobre supersalários de juízes e integrantes do Ministério Público, vem sendo alvo de assédio judicial. Os premiados foram Chico Marés, Euclides Garcia, Rogério Galindo, Evandro Balmant e Guilherme Storck.
Após a publicação das reportagens, os profissionais se tornaram alvo de ações judiciais, que somam 48 processos. De acordo com a ANJ, eles já tiveram de comparecer a 25 audiências e percorrer mais de 9.000 km, o que resultou em mais de 18 dias afastados das atividades.
Não houve, no entanto, pedido de resposta ou contestação do conteúdo da reportagem. A ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber concedeu liminar para suspender os processos.
O presidente do GRPCom (Grupo Paranaense de Comunicação), Guilherme Döring Cunha Pereira, responsável pelo jornal "Gazeta do Povo", afirmou que a equipe foi afetada pela série de ações judiciais e destacou a reação dos outros meios de comunicação.
"A ameaça de que fomos objeto não nos deixou incólumes. Sentimos o impacto. Sofremos. [...] E a reação dos nossos colegas foi extraordinária em todos os sentidos. A maneira como os meios de comunicação do país perceberam a realidade do atento à liberdade de imprensa que se perpetrava foi maravilhosa", disse.