Folha de S. Paulo


Nova fase da Lava Jato mira OSX, de Eike Batista

Alan Marques/Folhapress
CPI do BNDES ouve o empresário Eike Batista, fundador do Grupo EBX, nesta terça-feira, em Brasília (DF)
O empresário Eike Batista

Repasses feitos pela OSX, de propriedade de Eike Batista, a empresas de fachada investigadas na Lava Jato também são alvo da Operação Arquivo X, deflagrada nesta quinta-feira (22) e que prendeu o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

A prisão foi revogada pelo juiz Sergio Moro, horas depois.

A OSX é suspeita de ter pago pelo menos R$ 6 milhões para favorecer o grupo político do ex-ministro José Dirceu e agentes públicos, a fim de obter contratos na Petrobras. Os beneficiários finais ainda não foram identificados.

"Ele [Eike] é, com certeza, investigado, porque temos indicativos claros de que ele sabia de pagamentos [de propina]", disse o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato.

Um executivo da OSX, Ivo Dworschak Filho, afirmou ao Ministério Público Federal que houve o pagamento de vantagens indevidas a Dirceu para a obtenção do contrato de construção das plataformas P-67 e P-70 pela empresa. O depoimento do empresário foi fundamental para a deflagração da operação desta quinta.

Eike Batista, segundo ele, tinha conhecimento do assunto.

O empresário, por sua vez, admitiu, num depoimento espontâneo à força-tarefa, o pagamento de US$ 2,35 milhões a uma offshore do casal de publicitários João Santana e Mônica Moura a pedido do ex-ministro Guido Mantega.

Eike, porém, que disse ter feito a operação a título de "doação", e não mencionou outros ilícitos.

A OSX foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta quinta (22).

"Nada impede que, na sequência, alguma medida seja tomada contra a empresa", diz o delegado federal Igor Romário de Paula.


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