Folha de S. Paulo


Frase de procurador sobre provas e convicção não foi dita como divulgado

Rodolfo Buhrer - 14.set.16/La Imagem/Fotoarena/Folhapress
CURITIBA, PR - 14.09.2016: MINISTÉRIO PÚBLICO DENUNCIA LULA - Procurador da República Deltan Dallagnol durante entrevista coletiva da Força Tarefa da Operação Lava Jato do Ministério Público Federal que denunciou formalmente nesta quarta-feira, 14, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-primeira dama Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o empresário Léo Pinheiro, da OAS, dois funcionários da empreiteira e outros dois investigados - realizada no Hotel Lizon em Curitiba, PR. (Foto: Rodolfo Buhrer / La Imagem/Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1203538 *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
Procurador da República Deltan Dallagnol durante entrevista coletiva sobre a denúncia de Lula

A frase atribuída a um procurador da Operação Lava Jato –"Não temos prova, mas temos convicção"– que se espalhou pela internet e virou até argumento de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi dita como tem sido divulgado.

Na coletiva de imprensa que anunciou a denúncia contra Lula, nesta quarta (14), dois procuradores afirmaram, em momentos diferentes, que "não temos prova cabal" e que havia "convicção" sobre o papel do petista no esquema de corrupção na Petrobras.

As duas afirmações, porém, não foram ditas na sequência, e nem por um único procurador.

A frase que gerou mais polêmica é do procurador da República Roberson Pozzobon, que, ao explicar a acusação de corrupção contra Lula no tríplex do Guarujá, declarou:

"Não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário, no papel, do apartamento, pois justamente o fato de ele não figurar como proprietário é uma forma de ocultação."

Ainda na entrevista, em pelo menos outros dois momentos, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, disse que as provas coletadas até ali davam "convicção" sobre o papel central de Lula no esquema da Petrobras.

"Provas são pedaços da realidade, que geram convicção sobre um determinado fato ou hipótese. Todas essas informações, como num quebra-cabeça, permitem formar a figura de Lula no comando do esquema criminoso identificado na Lava Jato", afirmou Dallagnol.

No final da entrevista, o procurador voltou a usar o termo.

"Dentro das evidências que nós coletamos, a nossa convicção, com base em tudo o que nós expusemos, é que Lula continuou tendo proeminência no esquema e continuou sendo líder desse esquema mesmo depois de ter saído do governo."


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