Folha de S. Paulo


Manifestantes marcham até arredores da casa de Temer em São Paulo

Cerca de 15 mil manifestantes, de acordo com os organizadores, participaram de um ato contrário ao governo de Michel Temer que marchou até a rua da casa do presidente em São Paulo, no final da tarde desta quinta (8).

O protesto foi convocado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, composta por movimentos sociais contrários ao impeachment de Dilma Rousseff.

A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.

O ato consistiu de uma marcha que saiu do Largo da Batata, no bairro de Pinheiros e percorreu um trajeto de cerca de 3 km. A residência paulistana do presidente fica em Alto de Pinheiros, região nobre da zona oeste de São Paulo.

Em estratégia semelhante a utilizada na manifestação do último domingo (4), líderes de movimentos sociais e políticos ficaram na linha de frente do protesto, formando um "cordão humano" que visa impedir episódios de violência policial. Entre eles, estava o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Durante a caminhada, membros do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), uma das entidades que constitui a Frente Povo Sem Medo, acompanharam jovens mascarados para evitar depredações.

Dois manifestantes, Daniel Vas e Laura Tonidandel, que estavam com o rosto coberto, foram abordados por PMs e revistados. Após os policiais constatarem que a dupla não carregava nenhum material ilícito, ambos foram orientados a deixar o rosto descoberto e foram liberados.

Nas proximidades da casa de Temer, a PM fechou o quarteirão com uma grade. Além disso, no início do ato, revistaram as pessoas que chegavam de metrô ao Largo da Batata.

Manifestantes chegaram a discutir com policiais da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) que seguiam a retaguarda do ato. Alegaram que as motos estavam próximas demais das pessoas.

Também houve discussão entre participantes da caminhada e motoristas incomodados com o bloqueio das avenidas Faria Lima e Pedroso de Morais. Algumas casas da região foram pichadas.

De acordo com Guilherme Boulos, uma das lideranças do movimento, a manifestação foi o aquecimento para um novo ato que deve acontecer no domingo (11), na av. Paulista.

"Eles achavam que a maioria do povo brasileiro fosse aceitar a legitimidade de um congresso corrupto e sem vergonha. Uma coisa é Michel Temer ter governabilidade no congresso, outra é ter nas ruas, e isso eles não vão ter", disse.


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