Folha de S. Paulo


Fiscalização do MPF pode aperfeiçoar trabalho da polícia, diz Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse é bem-vinda a iniciativa do Ministério Público Federal de monitorar as ações da Polícia Militar durante os protestos contra o governo do presidente Michel Temer (PMDB).

Alckmin esteve no Sambódromo do Anhembi para o desfile das comemorações do Dia da Independência. Concedeu entrevista coletiva acompanhado de oficiais da polícia militar, do secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, e do vereador Conte Lopes, policial reformado que tenta a reeleição à Câmara Municipal.

Na terça-feira (6) o governador foi notificado de que o Ministério Público Federal passará a monitorar o trabalho da Polícia Militar durante as manifestações. Os procuradores alegam que a medida é necessária diante de denúncias de que policiais teriam cometidos violações de direitos humanos durante os protestos.

"Quero reiterar que (a iniciativa) é muito bem-vinda. Uma instituição como o Ministério Público Federal só tem a ajudar e aperfeiçoar o trabalho. A própria polícia filma todas as suas atividades para se necessário fazer a autocorreção. Tudo isso é filmado, é verificado, é um trabalho extremamente sério e bem-feito", disse.

Após a entrevista, a assessoria do governador enviou nota em que diz que "o livre exercício dos direitos fundamentais sempre contou e contará com o apoio do governo do estado, que por isso não convive com condutas que possam violá-los, especialmente as que a legislação penal define como criminosas. O governo do estado apoia todas as atribuições do Ministério Público Federal e mantém seus órgãos competentes à disposição para o que for pertinente".

Sobre as próximas manifestações, o governador disse que houve uma reunião do secretário de Segurança do estado com representantes dos manifestantes, como o ex-senador Eduardo Suplicy. "A recomendação que a gente tem feito é evitar manifestação no Largo da Batata. Na Avenida Paulista tem várias estações de metrô, portanto dilui a presença das pessoas. Não concentra num lugar só. No Largo da Batata o metrô é muito perto da manifestação, vai todo mundo ao mesmo tempo e acaba tendo problema na hora das pessoas irem embora e pode até colocar em risco quem está dentro do metrô".

A manifestação desta quinta-feira (8) está prevista para começar no Largo da Batata e terminar no Alto de Pinheiros. Segundo o secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Filho, o governo não irá se opor ao itinerário dos manifestantes.


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