Folha de S. Paulo


PSDB move ação contra benefício a Dilma com apoio de outros partidos

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 29-08-2016, 19h00: A presidente afastada Dilma Rousseff, na foto conversando com o presidente do PSDB senador Aecio Neves (PSDB-MG), faz sua defesa ne sessão para votação do julgamento final do processo de impeachment, no plenário do senado. O presidente do STF Ministro Ricardo Lewandowski preside a sessão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Dilma Rousseff conversa com Aécio Neves e o presidente do STF Ministro Ricardo Lewandowski

Com o aval do PMDB, o PSDB protocolou nesta sexta (2) um mandado de segurança para questionar a legitimidade da forma como foi realizado o julgamento final da ex-presidente Dilma Rousseff. O documento tem o apoio também do DEM, PPS e Solidariedade.

Os cinco partidos pedem a anulação da votação que beneficiou a petista e evitou que ela fosse declarada inabilitada para exercer funções públicas. Ainda há dúvidas sobre a possibilidade de ela se candidatar a um cargo eletivo em 2018.

A decisão de endossar o mandado dos tucanos foi tomada pelo presidente do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Ele frisou que a atitude é "partidária" e não "de governo". O PMDB é o partido do agora presidente Michel Temer.

O protocolo do mandado de segurança foi feito por meio eletrônico essa manhã mas houve uma demora para a conclusão do processo porque a assinatura de Jucá não havia sido incluída no documento.

Pessoas ligadas ao DEM afirmaram que os advogados do partido tentaram obter a assinatura mas foram informados que o PMDB não subscreveria mais o documento. Horas depois, no entanto, representantes da sigla formalizaram a adesão.

Nesta quinta (1), o Jucá havia afirmado, por meio de sua assessoria, que inicialmente não assinaria qualquer ação questionando o resultado da sessão, mas mudou de ideia após falar com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

Na conversa, Aécio disse que sua intenção era mover uma ação patrocinada por diversos partidos e perguntou se o PMDB estava disposto a tomar posição na causa. Jucá disse que sim.

A entrada dos peemedebistas na ação é um gesto aos integrantes da base do governo Temer que ficaram irritados com a articulação promovida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o PT. Foi um acordo fechado entre esses dois agentes que possibilitou que o plenário fizesse duas votações separadas para analisar as penas que poderiam ser impostas a Dilma.

Entre os 19 que votaram para cassar Dilma e ajudaram-na na votação seguinte, dez são do PMDB. Edison Lobão (MA), Eduardo Braga (AM), Hélio José (DF), Jader Barbalho (PA), João Alberto Souza (MA), Raimundo Lira (PB), Renan Calheiros (AL) e Rose de Freitas (ES) votaram com a petista. Eunicio Oliveira (CE) e Valdir Raupp (RO) se abstiveram da votação, o que também beneficiou a ex-presidente.


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