Folha de S. Paulo


Cristovam Buarque é chamado de golpista em comissão do Senado

Agência Senado
O senador Cristovam Buarque, que foi ministro da Educação e deixou o PT
O senador Cristovam Buarque (PPS)

Defensor do impeachment ex-presidente Dilma Rousseff, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) foi alvo de um protesto nesta quinta (1º) enquanto presidia a sessão da Comissão de Educação do Senado.

Estudantes que acompanhavam uma audiência pública sobre o projeto de lei da chamada Escola Sem Partido gritaram palavras de ordem contra o presidente Michel Temer e chamaram Cristovam de "golpista, traidor e vergonha do DF". Eles também empunharam cartazes com as críticas.

Diante da confusão, o senador foi obrigado a encerrar a audiência antes do seu fim. Após o ocorrido, ele afirmou que não se sentiu agredido pelos alunos mas ficou incomodado com as reações. Ele explicou ainda que os alunos começaram a se manifestar impedindo que os convidados continuassem a falar.

"Comecei a ouvir o grito de "golpista". E eu fiquei nove anos fora do Brasil para não conviver com golpista e não quero que ninguém conviva com golpista. Como eles achavam que ali a mesa estava sendo coordenada por um golpista, em homenagem a eles, já que eles não têm coragem de se exilarem como eu fiz, preferi sair e suspender a sessão", disse.

O senador também explicou que chamou os manifestantes para ficarem com os cartazes atrás dele de modo que as câmeras de televisão pudessem vê-los.

Cristovam foi ministro da Educação do governo Lula mas rompeu relações com o PT e com o ex-presidente depois de ter sido demitido do cargo por telefone. Ele é relator do projeto na comissão mas discorda de seu mérito. Para ele, os professores devem ter liberdade de ensino.

"Tenho até a impressão de que fui mais doutrinado por colegas do que por professores. Tem tanta influência hoje, muito mais do que a atuação só do professor", disse.


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