Folha de S. Paulo


Manifestantes pró-Dilma e PM entram em confronto em São Paulo

Avener Prado/Folhapress
SAO PAULO, SAO PAULO, BRASIL, 30-08-2016: Prostesto em apoio a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) que começou na Av. Paulista é dispersado pela PM. (Foto: Avener Prado/Folhapress, PODER) Código do Fotógrafo: 20516 ***EXCLUSIVO FOLHA***
Policial detém manifestante em ato contra o impeachment de Dilma Rousseff, em São Paulo

Pelo menos dez pessoas foram detidas e posteriormente liberadas durante ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (30), em São Paulo. Elas se dirigiam à alameda Barão de Limeira, na região central, onde pretendiam encerrar o protesto em frente ao prédio da Folha.

O Batalhão de Choque da Polícia Militar tentou dispersar o protesto e entrou em confronto com os manifestantes na altura do largo do Arouche após a explosão de uma bomba caseira.

Parte deles portava paus e pedras, e alguns lançaram objetos contra os policiais. Um grupo de jovens foi atingido por golpes de cassetete.

"Eles começaram a chamar a gente de vagabunda e disseram 'na hora de se manifestar e tacar pedra na polícia vocês gostam'. A gente foi liberado porque moramos aqui no Paraíso. Os pobres de periferia da zona leste vão ficar", disse a estudante Nathalia Miranda, 20.

O também estudante Leonardo Lima, 23, disse que foi atingido com golpes de cassetete e jatos de gás pimenta quando estava deitado de cabeça para baixo.

Na frente do prédio da Folha, cerca de 40 pessoas protestaram pela saída de Temer. Eles se deitaram no chão para formar a palavra "golpe".

Houve protesto também contra o jornal.

Durante a concentração dos apoiadores de Dilma, na avenida Paulista, a PM impediu pessoas favoráveis ao afastamento da petista de se aproximarem do ato.

Simultaneamente, também na Paulista, a poucas quadras de distância, militantes do MBL (Movimento Brasil Livre), um dos principais grupos anti-Dilma, se reuniram em um encontro para acompanhar a sessão do impeachment no Senado.

Eles haviam programado a reunião porque a votação final do afastamento poderia ter ocorrido ainda na terça. Como a definição foi adiada para quarta, o movimento pró-impeachment decidiu agendar outro evento para "comemorar" a saída definitiva da petista do cargo.

SEM-TETO

Pela manhã, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) promoveu uma série de bloqueios de avenidas em São Paulo em protesto contra o impeachment.

Quatro pessoas foram presas após um ato que bloqueou a marginal Pinheiros, na zona oeste.

A Secretaria da Segurança Público afirmou, em nota, que eles foram detidos sob suspeita de dano qualificado, desobediência, resistência e incêndio. O movimento afirma que os quatro foram liberados à tarde.

Em Brasília, a movimentação de manifestantes foi pequena nesta terça. Apoiadores do PT acenderam velas na Esplanada em protesto.

Colaborou BRUNO FÁVERO


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