Folha de S. Paulo


'Vamos à luta', conclama Dilma a aliados antes de ir ao Senado

Pedro Ladeira/Folhapress
A presidente afastada Dilma Rousseff faz sua defesa na sessão de votação do julgamento final do processo de impeachment, no plenário do Senado, nesta segunda-feira (29). O presidente do STF Ministro Ricardo Lewandowski preside a sessão, ao lado do presidente do senado senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O ex-presidente Lula assiste das galerias, ao lado de convidados da presidente afastada.
A presidente afastada Dilma Rousseff faz sua defesa no julgamento final do processo de impeachment

Antes de sair do Palácio da Alvorada, rumo a sua defesa no processo de impeachment que corre noo Senado, nesta segunda-feira (19), Dilma Rousseff reuniu assessores e amigos e afirmou: "Vamos à luta". Ao final de sua fala, um dos amigos que estavam pela manhã com ela, resumiu: "Ela foi à luta, fez um discurso forte, uma fala para o país, para mostrar que está sendo injustiçada".

Senadores petistas avaliam que Dilma mandou um recado duro, mostrando claramente que não cometeu crime e que a história irá julgar o que acontece hoje no Senado. Já os aliados do presidente interino, Michel Temer, dizem que o discurso pode ter tido um conteúdo forte, mas não irá mudar votos no plenário.

Na avaliação do Palácio do Planalto, apesar de ter sido uma boa fala, a presidente Dilma não conseguiu imprimir emoção à leitura do seu discurso e não terá efeito de reverter votos, que o governo Temer espera
chegar a um placar de pelo menos 60 votos a favor do impeachment definitivo da petista.

Assessores de Temer avaliaram ainda que o discurso de Dilma foi mais um recado à população, já que, para eles, a presidente mostrou, em alguns momentos, não acreditar em reversão do quadro que aponta para seu afastamento definitivo.

ANÁLISES

Para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), ao usar a palavra "golpe" em seu discurso, a presidente cometeu mais um crime de responsabilidade, uma vez que a expressão visa coibir o Legislativo de exercer suas atividades.

Petistas rebatem e afirma que, hoje, ela "sacramentou o golpismo". Um aliado destacou que a presidente "cresce na adversidade" e, mesmo que seja difícil "virar votos" nesse momento, "a presença e o discurso estarão na história".


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