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Em Curitiba, Dilma volta a defender plebiscito e ouve vaias a Moro

Renato Costa - 4.abr.2016/Folhapress
A presidente afastada Dilma Rousseff em entrevista à Folha
A presidente afastada Dilma Rousseff em entrevista à Folha

Num ato com movimentos sociais e sindicais em Curitiba, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) voltou a defender o plebiscito por novas eleições e reforma política.

"Eu apoio o plebiscito, sim. O Brasil tem de fazer uma discussão clara sobre como fazer a reforma política, e isso não pode vir de cima", afirmou.

A proposta de plebiscito foi descartada pelo presidente do PT, Rui Falcão, mas Dilma continua a defendê-la.

"Não é possível tirar do povo a chance de escolher", declarou.

Na terra da Lava Jato, foram ouvidas vaias ao juiz Sergio Moro, que conduz os processos da operação e foi chamado de "salvacionista", "popstar" e "político" em outros discursos.

A petista não fez menções ao juiz. O discurso de meia hora serviu como uma preliminar da sua defesa no processo de impeachment –que, se passar por nova votação nesta terça (9), será julgado no fim do mês.

Dilma voltou a afirmar que há "um golpe em curso que está dilacerando o país", disse que não cometeu crime de responsabilidade e que o impeachment foi movido por interesses econômicos e políticos.

"Eles estão aplicando no país um programa de governo que nunca teria sido aplicado se tivesse passado pelas urnas", discursou.

O ato, feito numa tenda montada numa praça central de Curitiba –apelidado de "Circo da Democracia"–, foi pontuado por apresentações musicais e declamações de poema. Rosas brancas foram entregues a Dilma, que ainda abraçou o público após seu discurso.

A presidente afastada disse estar emocionada e afirmou que encontra "a força de resistir" em meio à população.

No palco, também estavam os senadores paranaenses Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), além do jurista Marcelo Lavenère, autor do pedido de impeachment de Collor.


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