O chefe de gabinete do deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), Talma Bauer, foi detido em São Paulo nesta sexta-feira (5).
Ele é investigado sob suspeita de ter ameaçado a jornalista Patricia Lélis, 22, que acusa Feliciano de tê-la agredido e tentando estuprá-la, em julho, em seu apartamento funcional em Brasília.
Segundo o delegado Luís Roberto Hellmeister, do 3º DP (Campos Elíseos), Bauer teria coagido a jovem a gravar dois vídeos em que voltava atrás nas acusações contra o deputado, divulgadas nas redes sociais nesta semana.
Segundo depoimento de Patricia, o assessor a ameaçou com uma arma e fez com que ela entrasse em seu carro e gravasse os vídeos.
Bauer prestou depoimento e, segundo o delegado, poderia ter a prisão preventiva decretada. Até a noite desta sexta, ele ainda ouvia testemunhas do caso.
Há a suspeita de que o chefe de gabinete tenha tentado subornar a jovem para que ela desistisse da queixa, segundo uma testemunha.
Bauer teria vindo a São Paulo nesta semana para entregar a quantia –entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, segundo o delegado, que não soube precisar o valor– para Patricia.
O CASO
As acusações contra Feliciano foram divulgadas nas redes sociais na segunda (1º). Patricia, militante do PSC, diz que foi ao apartamento do deputado para uma reunião e que lá Feliciano lhe ofereceu um cargo para que ela se tornasse sua namorada. Com a negativa, ele a teria agredido e levantado sua saia.
Em reproduções de uma suposta conversa entre a jovem e Feliciano que repercutiram na internet, ela diz que o deputado a machucou, e ele rebate: "Acha que vão acreditar em você?".
OUTRO LADO
À Folha o auxiliar de Feliciano negou as acusações. Por WhatsApp, às 21h20, Bauer afirmou que "a Justiça é de Deus" e negou ter oferecido dinheiro a Patricia, a quem ele acusa de tentar difamar o deputado. Segundo ele, o depoimento foi uma "formalidade".
O pastor Marco Feliciano não foi localizado pela reportagem.