Folha de S. Paulo


Diálogos com autoridades dos EUA podem confirmar ilícitos, diz Braskem

A petroquímica Braskem disse que iniciará diálogos com o Departamento da Justiça e a SEC (Securities Exchange Comission) dos Estados Unidos e que tais conversas poderão confirmar acusações de fatos ilícitos levantados no âmbito da operação Lava Jato.

Segundo manifestação da empresa no resultado de segundo trimestre divulgado nesta quinta-feira (4), as conversas com as autoridades norte-americanas vão ocorrer para "para esclarecer alegações adicionais de fatos ilícitos surgidos em investigações, em meio à sua citação na Operação Lava Jato com alegações de supostos pagamentos indevidos em contratos de matéria-prima com a Petrobras".

A Braskem disse que "o fluxo futuro de informações entre a companhia, o Departamento da Justiça e a SEC [...] poderão resultar na confirmação das alegações dos fatos ilícitos".

A empresa afirma que não é possível estimar o impacto da eventual confirmação das alegações ou os recursos necessários para remediar suas repercussões.

A petroquímica é alvo de ação coletiva nos EUA que alega que a Braskem fez declarações falsas ou deixou de divulgar a existência de pagamentos ilícitos. A Braskem apresentou defesa preliminar em 6 de julho e afirmou nesta quinta-feira que não é possível prever o resultado do processo.

"É possível que a companhia seja citada como ré em outras ações judiciais. Além disso, a companhia pode ser demandada, respeitados os limites legais e regulamentares, a indenizar conselheiros, diretores e empregados que sejam réus em ações como estas", afirmou a Braskem.

A empresa disse ainda que poderá ter que arcar com obrigações com "efeito material adverso sobre seus negócios, reputação, condição financeira e resultados de suas operações".

A Braskem teve lucro líquido consolidado de 281 milhões de reais no segundo trimestre, queda de 73 por cento sobre o resultado obtido um ano antes.


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