Folha de S. Paulo


Com renúncia, 'custo Cunha' cai de meio milhão para R$ 125 mil ao mês

Renato Costa - 14.jul.2016/Folhapress
O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB)
O deputado afastado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB)

De homem mais poderoso da Câmara a deputado afastado do mandato, a queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também pode ser representada em valores.

Nos 17 meses em que ocupou o comando da Câmara –nos dois últimos ele já estava afastado–, o peemedebista custava aos cofres públicos pelo menos R$ 570 mil por mês.

O valor incluía os custos inerentes ao mandato, como salário e as cotas para gastos parlamentares e contratação de assessores, além de segurança pessoal, motoristas, alimentação, serviço de copa e cozinha, água, luz e telefone para a residência oficial.

A queda do "custo Cunha" começou em 5 de maio, quando o Supremo Tribunal Federal afastou por unanimidade do cargo e do mandato sob o argumento de que ele usava essas funções para atrapalhar as investigações da Lava Jato.

A partir dessa data, Cunha perdeu o chamado "cotão", verba mensal de R$ 35,7 mil usada para reembolso de gastos com alimentação, passagens aéreas e aluguel de escritório, entre outros.

A renúncia à presidência da Câmara levou agora a Mesa Diretora a decidir, nesta quinta-feira (21), direcionar a Cunha o uso de um apartamento funcional, já que ele tem até 6 de agosto para desocupar a residência oficial da presidência da Câmara. Cunha já avisou que deverá fazer a mudança até o fim de semana.

"Acho que é correto porque ele tem mandato. Outros deputados que também estão afastados mantêm a residência. Enquanto ele for deputado, a decisão é correta", defendeu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Cunha se mudará para um dos apartamentos da Câmara que não foram reformados recentemente. Os novos, foram entregues todos em abril e não há nenhum vago no momento. Antes de assumir a presidência, o peemedebista já morou em um imóvel semelhante ao que vai voltar a ocupar agora.

Com isso, agora o "custo Cunha" cai para pelo menos R$ 125 mil ao mês, valor que engloba apenas o seu salário (R$ 33,7 mil) e a verba para manter seu gabinete parlamentar (R$ 92 mil). Ele manterá ainda alguns outros benefícios, como assinatura de jornais e revistas e o reembolso para despesas médicas.

O plenário da Câmara deve votar em agosto o processo de cassação de Cunha. Para que ele perca o mandato é preciso o voto de pelo menos 257 de seus 512 colegas.


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