A campanha da pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Marta Suplicy (PMDB) espera que o presidente interino, Michel Temer, suba no palanque dela no segundo turno da eleição, quando o impeachment já estará definitivamente resolvido.
A avaliação é que o principal entrave para o engajamento de Temer na primeira etapa do pleito é a interinidade de seu governo –ele precisa do apoio maciço dos partidos da base para garantir no Senado os 54 votos para afastar de vez Dilma Rousseff.
Temer tem sinalizado que não irá atuar nas eleições municipais deste ano. Porém, a designação do advogado José Yunes, amigo e homem de confiança dele, para assumir o comando do PMDB paulistano e a coordenação da campanha de Marta é vista como um aceno positivo do Planalto à pré-candidata.
A senadora classificou a indicação como "um gesto muito importante" do governo, já que Yunes é presença constante no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer.
Neste momento, o interino não deve se indispor com partidos que ocupam assentos na Esplanada e terão candidatos em São Paulo.
O PSDB, que detém o Ministério das Relações Exteriores, lançará como candidato o empresário João Doria, enquanto o PRB (Ministério do Desenvolvimento) deverá ter na disputa o deputado e apresentador Celso Russomanno.
Além disso, DEM e PP, que estão à frente de duas grandes pastas –Educação e Saúde, respectivamente–, já fecharam apoio a Doria.
Caso o atual cronograma do impeachment seja mantido, o julgamento final do processo no Senado deverá ser realizado a partir da semana do dia 22 de agosto.
O primeiro turno das eleições será em 2 de outubro, mas o período de campanha começa em 16 de agosto, quando a agenda em Brasília ainda deverá estar intensa por causa do impeachment.
À equipe de Marta o presidente interino descartou aparecer em palanques ou eventos antes do primeiro turno. Como a negativa foi apenas para essa etapa do pleito, a avaliação é de que, no segundo turno, o peemedebista deverá ser mais ativo.
Yunes promete participar da campanha em São Paulo da forma "mais efetiva possível". Quanto a Temer, ele nega que o presidente interino pretenda se engajar na eleição e usar a máquina federal.
"Ele é presidente de todos, não vai poder participar de nenhuma campanha. Não há dúvida de que ele, fazendo um bom governo, vá beneficiar os candidatos do PMDB de todo o Brasil", disse.
Um dos lemas cogitados para a campanha é "Amor por São Paulo".
Conforme pesquisa Datafolha divulgada na sexta (15), Marta tem 16% das intenções de voto, atrás apenas de Russomanno, com 25%.
Colaborou BELA MEGALE, de São Paulo