Folha de S. Paulo


Votação preliminar mostra que Cunha não tem maioria para se salvar na CCJ

A rejeição de dois requerimentos que tentavam adiar a votação do recurso contra a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta quarta-feira (13) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), expôs que o peemedebista não tem votos suficientes para se salvar na comissão.

Os aliados de Cunha tentavam ganhar mais prazo na votação do recurso, o que empurraria a análise da sua cassação na CCJ para depois do recesso, em agosto.

Com isso, lançaram mão de diversas manobras durante a sessão desta quarta da CCJ. Na principal delas, a votação de dois pedidos de adiamento da votação sobre a cassação, foram derrotados por grande diferença de votos.

Na primeira votação, foram 36 parlamentares contrários ao adiamento e 16 a favor. Na segunda votação, 35 foram contrários e 17, favoráveis.

Com essa derrota, a CCJ vai começar a discutir o relatório do deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), que defendeu a realização de uma nova votação contra Cunha no Conselho de Ética.

Isso porque, no argumento do deputado, que é aliado do peemedebista, a votação no Conselho de Ética não poderia ter sido nominal e tinha que ser feita no painel eletrônico, devendo ser refeita.

Cunha teve sua cassação aprovada no conselho por 11 a 9 em 14 de junho.

A acusação é que ele mentiu aos seus pares por dizer que não tinha contas no exterior, já que o Ministério Público da Suíça detectou três contas das quais Cunha era beneficiário final e ainda uma outra em nome de sua mulher, Cláudia Cruz.

A sessão desta quarta na CCJ foi marcada, até a publicação desta reportagem, por tentativas protelatórias dos aliados de Cunha. Um dos defensores do adiamento da votação foi Hugo Motta (PMDB-PB), que cresceu politicamente com a ajuda de Cunha ao ser alçado à presidência da CPI da Petrobras no ano passado.

Ainda há risco de não ser votado o recurso de Cunha contra a cassação nesta quarta, porque a partir das 16h o plenário da Câmara começará a discutir a eleição do novo presidente, provocando a interrupção da discussão na CCJ.


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