Folha de S. Paulo


De última hora, governo tenta evitar que Castro passe ao segundo turno

Em articulação de última hora, o governo interino de Michel Temer iniciou mobilização para tentar evitar que a candidatura do deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI) passe para o segundo turno na sucessão à Câmara dos Deputados.

Desde a noite de terça-feira (12), o núcleo político do Palácio do Planalto tem atuado, sobretudo junto à bancada peemedebista, na tentativa de desidratar o candidato peemedebista e fortalecer o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Nas palavras de um assessor presidencial, com o respaldo em peso de siglas de esquerda, inclusive com a articulação do ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner para a formação de uma frente de apoio, o peemedebista "tornou a sua candidatura de oposição à administração federal".

Inicialmente, o Palácio do Planalto chegou a avaliar uma aproximação com o peemedebista, na tentativa de reduzir danos e possibilitar a construção de um aponte de diálogo caso ele seja eleito na eleição desta quarta-feira (13).

Com a constatação do que chamou de "digitais petistas" na candidatura dele, o governo interino tem atuado com cautela e desconfiança em relação ao peemedebista, que tentou se reunir com Michel Temer na terça-feira (12), mas acabou sendo recebido apenas pelo ministro Geddel Vieira Lima (Governo).

Na noite de terça-feira (12), o presidente interino conversou sobre a disputa parlamentar com os presidentes nacionais do PSDB, Aécio Neves, e do DEM, Agripino Maia, que apoiam a candidatura de Rodrigo Maia.

Nesta quarta-feira (13), Michel Temer foi informado durante toda a manhã por líderes da base aliada sobre mudanças na disputa na Câmara dos Deputados.

Em reunião com entidade de prefeitos, nesta manhã, ministros do núcleo político do Palácio do Planalto se levantaram uma série de vezes para cochichar ao pé do ouvido do peemedebista sobre definições de última hora.

Para acompanhar a sessão parlamentar, o peemedebista marcou a última agenda de reuniões e encontros às 16h. Depois, deve permanecer com auxiliares e aliados no gabinete presidencial, para assistir à votação na Câmara dos Deputados.

A preferência de Michel Temer e seus aliados é pelo deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que chega à esta quarta-feira na dianteira em relação aos demais concorrentes.

O ex-governador-tampão do Distrito Federal tem apoio também da maioria do "centrão", grupo de partidos médios e pequenos, e do ex-presidente da Casa Legislativa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que luta para não ter o mandato cassado por acusação de envolvimento no petrolão.


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