Folha de S. Paulo


Por consenso, governo tenta evitar candidaturas de PMDB e PSDB

Alan Marques/Folhapress
 presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), durante sessão no plenário da Câmara
O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que será substituído por nome eleito

Para evitar a piora do racha na base aliada, o governo interino de Michel Temer tenta evitar o lançamento pelo PMDB e pelo PSDB de candidaturas para a disputa pela sucessão à Câmara dos Deputados.

Na tentativa de se chegar a um consenso para a eleição da próxima quarta-feira (13), o Palácio do Planalto tem buscado parlamentares dos dois partidos aliados e tentado convencê-los a fazer uma composição com o chamado "centrão".

O governo interino avalia que o PMDB, partido de Temer, não pode promover um "desgaste desnecessário" e deve ter neste momento uma "postura republicana" e abrir espaço para uma sigla aliada. O próprio comando nacional da sigla considera um erro ficar isolado na disputa e que o partido deve fazer uma composição.

Em relação ao PSDB, o governo interino quer evitar movimento que vem ganhando força no partido de lançamento, com o PSB e PPS, de um nome alternativo às candidaturas de Rogério Rosso (PSD-DF) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), favoritos para a disputa parlamentar.

No domingo (10), o presidente interino se reuniu com o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy (BA), e com o presidente nacional do partido, Aécio Neves. O núcleo político do Palácio do Planalto tem conversado com PSB e PPS. O três partidos avaliam apoiar o nome de Júlio Delgado (PSB-MG).

Com o aceno petista ao nome de Rodrigo Maia, o governo interino tem demonstrado resistência ao apoio a uma candidatura do democrata, mas não exclui endossá-lo caso ele se viabilize como favorito.

O Palácio do Planalto não quer repetir o confronto da última eleição, quando a presidente afastada Dilma Rousseff atuou contra a candidatura de Eduardo Cunha, que, uma vez eleito para o cargo, acabou acolhendo o pedido de impeachment da petista.

NOVA DATA

Em acordo fechado com o Palácio do Planalto, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu no domingo (10) antecipar a eleição da sucessão da Casa Legislativa para quarta-feira.

Ele sinalizou a mudança em conversas neste domingo com líderes da base aliada, que vinham pressionando para que ela fosse realizada antes da quinta-feira (14). O receio era de que, por falta de quórum, a escolha ficasse para a volta do recesso branco, em agosto.

Na semana passada, o governo interino pediu a líderes da base aliada que tentassem convencer Maranhão a mudar a data. Antes de tomar a decisão, Maranhão falou com Temer pelo telefone.

No sábado (9), o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), sondou Maranhão sobre a nova data e o primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP), havia marcado reunião com a Mesa da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira para tentar também convencê-lo sobre a alternativa.


Endereço da página:

Links no texto: