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STF retira citação a ministro da Educação em inquérito da Lava Jato

Alan Marques/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL 22.06.2016 O ministro Teori Zavascki participa de reunião do Supremo. Sessão do STF, onde os ministros do tribunal vão decidir se instauram nova ação penal contra o presidente afastado da Câmara. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
O ministro do Supremo Teori Zavascki, que retirou citações a Mendonça Filho

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki determinou a retirada de citações feitas ao ministro Mendonça Filho (Educação) de um dos inquéritos da Operação Lava Jato.

Teori atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. No dia 17 de junho, um documento sigiloso foi tornado público no sistema eletrônico do Supremo e informava que Janot afirmou ao Supremo que "foram encontrados indícios de possível recebimento de propina" pelo ministro da Educação.

Mendonça teria recebido R$ 100 mil em vantagem indevida, disfarçada de doação eleitoral na campanha de 2014. Os elementos teriam surgido do celular de Walmir Pinheiro, ex-diretor financeiro da construtora UTC, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.

Ao STF, no dia 27 de junho, o procurador-geral afirmou que o referido documento estava sem sua rubrica e que a peça foi juntada indevidamente no inquérito.

O texto era uma minuta e não chegou a ser formalizado. Segundo a Folha apurou, a Procuradoria não viu elementos para pedir a investigação de Mendonça.

Na época da divulgação do documento, a assessoria do ministro informou que ele foi "procurador por interlocutores da UTC oferecendo doação legal no valor de R$ 100 mil" e que, na ocasião, ele respondeu que não queria a doação, "mas se a empresa quisesse doar para o partido o fizesse".

Mendonça disse ainda, via assessoria, que a doação foi feita de forma legal e está registrada na prestação de contas do partido do ano de 2014, junto à Justiça Eleitoral. Ressaltou que sua campanha a deputado federal não recebeu doação da UTC.


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