Folha de S. Paulo


Temer pede que ministros rebatam crítica de abandono a ajuste fiscal

Alan Marques/ Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 27.06.2016. O presidente interino da República, Michel Temer, faz reunião com ministros do Núcleo de Infraestrutura e líderes do governo, no Palácio do Planalto. Participam da reunião os ministros: interino do Planejamento, Dyogo Oliveira; o titular das Cidades, Bruno Araújo; de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho; do Meio Ambiente, Sarney Filho, da Integração Nacional, Helder Barbalho; e Transportes, Porto e Aviação Civil, Maurício Quintella. Também estão na reunião o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes, o líder do governo na Câmara, André Moura, e a líder do governo no Congresso Nacional, Rose de Freitas. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
O presidente interino da República, Michel Temer, faz reunião com ministros do Núcleo de Infraestrutura

Incomodado com críticas de que está desrespeitando o ajuste fiscal, o presidente interino Michel Temer determinou a três ministros que convocassem uma entrevista coletiva para rebater afirmações de que o governo está gastando mais e abrindo mão de receitas.

Os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Dyogo Oliveira (Planejamento) se juntaram nesta quinta-feira (30) para dizer que o Orçamento e a meta fiscal de 2016 já comportam, por exemplo, os reajustes do Bolsa Família e do funcionalismo público e também a renegociação da dívida dos Estados.

Meirelles e Dyogo foram convocados de última hora para participar de encontro com representantes da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil) nesta manhã no Palácio de Planalto. Antes do evento, Temer pediu aos ministros que dessem a entrevista para tratar da questão fiscal.

"Os aumentos concedidos são consistentes com a existência do teto. São, de um lado, já previstos no Orçamento e na meta para 2016 e também são aumentos consistentes com a previsão de teto nos anos seguintes", disse Meirelles sobre o reajuste dos servidores públicos.

"Não há nenhuma contradição. Contradição zero. Está perfeitamente dentro do que está previsto no Orçamento e na meta fiscal", afirmou Padilha. "Há vantagem econômica inclusive nesse acordo feito pelo governo anterior [com o funcionalismo]. Os índices de reajuste são menores que a inflação."

Dyogo disse que atrasar o reajuste dos servidores de janeiro para agosto já representou uma contribuição do funcionalismo para o ajuste fiscal. "Não há nenhuma incompatibilidade entre a meta, o teto de gasto e a evolução da despesa de pessoal."

Questionado sobre a vantagem de reduzir a despesa em 2016, para que a base a ser reajustada pela inflação em 2017 seja menor, Meirelles disse que a previsão de gastos deste ano é realista e não admite compressão.

Afirmou ainda que a meta fiscal de deficit para o setor público em 2017 está sendo calculada e será superior a R$ 100 bilhões. O ministro disse ainda que irá tomar medidas de aumento de receita para que o resultado seja menor que os R$ 170,5 bilhões deste ano.

Números preliminares da equipe econômica apontam para a possibilidade de se chegar a uma meta entre R$ 140 bilhões e R$ 150 bilhões.


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