O presidente interino, Michel Temer, manifestou nesta quarta-feira (29) a intenção de nomear o deputado federal Marx Beltrão (PMDB-AL), aliado de Renan Calheiros, para o comando do Ministério do Turismo.
O peemedebista pediu inclusive para a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) fazer uma pesquisa sobre o histórico profissional e pessoal do parlamentar para avaliar se ele tem condições de ser nomeado para o posto.
Na segunda-feira (27), Beltrão foi sondado para o posto e demonstrou disposição em assumi-lo. Nesta quarta-feira (29), ele sentou-se em uma das primeiras fileiras de cerimônia de anúncio de reajuste do Bolsa Família, no Palácio do Planalto.
Nas palavras de um assessor presidencial, a nomeação do peemedebista resolveria dois problemas. Além de agradar o presidente do Senado Federal, contemplaria o pedido da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados em nomear um parlamentar.
O nome de Beltrão foi indicado por interlocutores do presidente do Senado Federal e tem sido defendido pela bancada nordestina do PMDB na Câmara dos Deputados.
O Palácio do Planalto pretende anunciar o nome do escolhido para a pasta na próxima semana. O posto está vago desde a demissão de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que foi citado por delatores da Lava Jato.
Antes de Beltrão, o governo federal chegou a cogitar a indicação de Vinicius Lages, ex-ministro da pasta e afilhado político do presidente do Senado Federal. Com a exigência da bancada peemedebista de que fosse um deputado federal, o nome de Lages foi descartado.
Caso a pesquisa realizada pela Abin aponte problemas na indicação de Beltrão, Temer avalia nomear um peemedebista da bancada mineira, a segunda maior do partido na Câmara dos Deputados e que não indicou nenhum cargo na nova configuração da Esplanada dos Ministérios.
Os nomes mais cotados são de Newton Cardoso Jr e Saraiva Felipe. Nesta terça-feira (28), os dois peemedebistas se reuniram com o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para discutir o tema.
O presidente interino chegou a avaliar até mesmo a possibilidade de fusão da pasta com Esporte ou a transferência do ministro do Desenvolvimento, Marcos Pereira.
As duas hipóteses, contudo, perderam força com as pressões da bancada peemedebista, que exige maior espaço na Esplanada dos Ministérios.